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12/02/2002 - 10h36

USP acha genes ligados a câncer de próstata

REINALDO JOSÉ LOPES
da Folha de S.Paulo

Uma das principais causas de morte por câncer entre homens com mais de 40 anos, o tumor de próstata teve seu perfil genético esquadrinhado por pesquisadores do Instituto de Química da USP. Eles já identificaram seis genes nunca antes relacionados a esse tipo de tumor. Os resultados devem ajudar a diagnosticar e combater o câncer no futuro.

Na busca por trechos do código genético que possam estar implicados na formação do tumor, Sergio Verjovski-Almeida e seus colegas do Departamento de Bioquímica têm como arma o chip de DNA, técnica que tem apresentado resultados animadores na pesquisa do câncer.

O chip, que apesar do nome não tem nada a ver com circuitos eletrônicos, consiste numa placa de vidro com minúsculos reservatórios. Neles são depositadas cadeias de DNA de milhares de genes com sequências conhecidas.

Na maioria dos casos, o pesquisador compra uma espécie de kit com genes já estudados para realizar os testes. Não é o que faz Verjovski. "Estamos construindo nossos próprios chips, com lâminas que dão maior sensibilidade ao método, e colocando neles 2.000 genes que nunca foram estudados antes", diz o cientista.

Com os trechos de DNA colocados sobre a placa são misturados outros pedaços, retirados de células cancerosas e normais, que espelham o RNA mensageiro (mRNA). Essa molécula, que leva as instruções do núcleo para a produção de proteínas, revela quais genes estão sendo realmente expressos, ou seja, quais deles estão ativos na célula tumoral.

Saudáveis e doentes

Verjovski e seus colegas, que trabalham em parceria com o Hospital Albert Einstein e o Instituto Nacional do Câncer, retiraram amostras de 60 pacientes que tiveram sua próstata operada, assim como trechos de tecido saudável ao lado. A meta inicial do trabalho, explicou o pesquisador, era comparar a diferença de expressão nas células saudáveis e nas que formavam o tumor.

Ao marcar o DNA das células tumorais com uma substância fluorescente vermelha e as das células normais com outra verde, os pesquisadores puderam chegar a seis genes "bastante alterados", de acordo com Verjovski. Ele prefere não revelar quais são os possíveis vilões, até que a pesquisa seja confirmada por novas observações e publicada numa revista científica.

A intenção, agora, é ampliar os estudos com tumores menos desenvolvidos, já que as amostras eram todas de pacientes num estágio intermediário da doença e sem metástase (fase do câncer em que células tumorais deixam a região do organismo onde se originaram e atingem outros órgãos).

"Nós sempre começamos com um grupo bastante homogêneo, para depois incorporar outras variáveis", diz Verjovski. Com dados mais abrangentes, será possível não apenas prever o câncer, mas sua gravidade e evolução.
 

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