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18/02/2002
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06h33
Além da genômica, só a nanotecnologia mereceu um seminário de dois dias inteiros na reunião da AAAS. A pesquisa de dispositivos do tamanho de moléculas já havia sido eleita pela revista "Science" -publicada pela associação- como o campo mais promissor do ano 2001, e seus expoentes se esforçaram no congresso por mostrar que ela vive a véspera de uma revolução.
O seminário, no entanto, revelou-se uma sucessão algo desestruturada de pesquisas tão exóticas quanto interessantes. O que elas têm em comum, por ora, não é muito mais que o fato de trabalharem com estruturas na escala de 1 a 100 nm (nanômetros, ou milionésimos de milímetro, a escala de átomos e moléculas).
Entre os campeões de interesse estiveram os nanotubos, estruturas em que átomos de carbono se organizam em hexágonos e pentágonos numa folha que se enrola sobre si mesma, em um cilindro. O diâmetro do tubo é da ordem de 1 nm, mas o comprimento chega a milésimos de milímetro.
Quem falou de suas "propriedades excepcionais" foi Cees Dekker, da Universidade Técnica de Delft (Holanda), que conseguiu construir com eles os primeiros circuitos eletrônicos moleculares. Dekker descreveu algumas características exóticas dos nanotubos, como a possibilidade de que a "costura" do cilindro corra paralela a seu sentido longitudinal ou em espiral. No primeiro caso, o nanotubo se comporta como um metal. No outro, pode funcionar como um semicondutor.
A apresentação mais estranha foi a de Nadiran Seeman, da Universidade de Nova York. Seu laboratório usa DNA para construir estruturas em formato de rede, que divergem da tradicional dupla hélice. "Nós furtamos motivos da biologia, mas não tem nada a ver com biologia", disse.
A malha tem buracos de 13 nm, que ele imagina um dia ser capaz de usar -ao lado das propriedades bioquímicas do DNA- para servir de guia na construção espontânea ("self-assembly") de nanocircuitos.
(ML)
Cientistas apontam revolução nanotecnológica
do enviado especial a BostonAlém da genômica, só a nanotecnologia mereceu um seminário de dois dias inteiros na reunião da AAAS. A pesquisa de dispositivos do tamanho de moléculas já havia sido eleita pela revista "Science" -publicada pela associação- como o campo mais promissor do ano 2001, e seus expoentes se esforçaram no congresso por mostrar que ela vive a véspera de uma revolução.
O seminário, no entanto, revelou-se uma sucessão algo desestruturada de pesquisas tão exóticas quanto interessantes. O que elas têm em comum, por ora, não é muito mais que o fato de trabalharem com estruturas na escala de 1 a 100 nm (nanômetros, ou milionésimos de milímetro, a escala de átomos e moléculas).
Entre os campeões de interesse estiveram os nanotubos, estruturas em que átomos de carbono se organizam em hexágonos e pentágonos numa folha que se enrola sobre si mesma, em um cilindro. O diâmetro do tubo é da ordem de 1 nm, mas o comprimento chega a milésimos de milímetro.
Quem falou de suas "propriedades excepcionais" foi Cees Dekker, da Universidade Técnica de Delft (Holanda), que conseguiu construir com eles os primeiros circuitos eletrônicos moleculares. Dekker descreveu algumas características exóticas dos nanotubos, como a possibilidade de que a "costura" do cilindro corra paralela a seu sentido longitudinal ou em espiral. No primeiro caso, o nanotubo se comporta como um metal. No outro, pode funcionar como um semicondutor.
A apresentação mais estranha foi a de Nadiran Seeman, da Universidade de Nova York. Seu laboratório usa DNA para construir estruturas em formato de rede, que divergem da tradicional dupla hélice. "Nós furtamos motivos da biologia, mas não tem nada a ver com biologia", disse.
A malha tem buracos de 13 nm, que ele imagina um dia ser capaz de usar -ao lado das propriedades bioquímicas do DNA- para servir de guia na construção espontânea ("self-assembly") de nanocircuitos.
(ML)
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