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25/02/2002 - 15h43

Nasa prepara operação de rejuvenescimento do telescópio Hubble

da Agência Lusa

O telescópio espacial Hubble, em funcionamento há 12 anos, prepara-se para sofrer uma operação de rejuvenescimento científico que começa nesta quinta, com o lançamento do ônibus espacial Columbia.

A missão do ônibus norte-americano é considerada um enorme desafio, já que estão planejados pelo menos cinco passeios espaciais, todos eles cruciais.

O trabalho no exterior da nave será realizado por quatro astronautas: dois físicos, um engenheiro mecânico e um veterinário com experiência cirúrgica em elefantes, rinocerontes, baleias e morsas.

Os quatro homens vão instalar um dispositivo de captação de imagem de última geração, tentar arrumar um outro e substituir painéis solares danificados.

Mas a tarefa mais importante da missão vai ser a substituição do sistema central de energia da nave. "É como realizar uma operação cirúrgica num grande animal", comparou o astronauta-veterinário Richard Linnehan.

A operação de substituição da velha unidade central de energia, que nunca foi pensada para tal mudança, implica que o telescópio seja completamente desligado pela primeira vez desde que está em órbita.

"Esta missão viola uma regra espacial segundo a qual não se desliga algo que funciona bem sem garantias de que seja possível voltar a ligá-lo", explicou o cientista responsável da Nasa, Ed Weiler.

No entanto, Weiler afirmou que todos os passos da missão foram cuidadosamente antecipados, embora não exclua que existem riscos, já que se trata de uma operação inédita.

Se tudo correr bem, o novo sistema de energia vai controlar e distribuir a eletricidade gerada pelos novos painéis solares do telescópio, menores que os anteriores, mas bastante eficientes.

Esta mudança deverá dar ao telescópio um enorme aumento de potência, o que lhe facultará uma melhor visão sobre o Universo.

O dispositivo de captação de imagem de última geração que vai ser instalado no Hubble representou um investimento de US$ 76 milhões e vai permitir uma observação de cada ponto do espaço mais nítida e rápida que nunca. Os astrônomos esperam aumentar em cerca de 10 vezes a capacidade de observação do telescópio.

A equipa que construiu este dispositivo, da Universidade de Johns Hopkins (Baltimore, Maryland), explicou que se este instrumento fosse colocado em Washington poderia distinguir dois vaga-lumes em Tóquio separados entre si por apenas 1,8 metro, em vez de perceber apenas uma única luz difusa.

O chefe da equipa do Johns Hopkins, o astrônomo Holland Ford, explicou que o Hubble rejuvenescido poderá descobrir planetas que orbitam estrelas próximas e ajudar a determinar quando é que se começaram a formar as galáxias nos primeiros mil milhões de anos do Universo.

O potencial do Hubble será ainda maior se os astronautas do ônibus espacial Columbia conseguirem "ressuscitar" um dispositivo de captação de imagem por infravermelhos, que está inativo há três anos.

Os detectores desta máquina deixaram de funcionar quando o nitrogênio gelado necessário para os manter a uma temperatura de menos 350 graus Fahrenheit (-176ºC) acabou prematuramente.

Numa tentativa de fazer funcionar novamente o dispositivo de infravermelhos, os astronautas deverão instalar um novo tipo de refrigerador mecânico que utiliza gás de néon.

Depois de três missões de manutenção bem sucedidas no telescópio Hubble, a Nasa (agência espacial norte-americana) receia ter colocado um objetivo demasiado alto desta vez. Uma nova missão deste tipo, que deverá ser a última por motivos financeiros, está prevista para 2004.

A Nasa gastou já cerca de US$ 7 bilhões no Hubble desde o seu desenvolvimento, incluindo as visitas dos ônibus espaciais. O telescópio vale, só por si, cerca de US$ 2 bilhões.

Desde o seu lançamento em 1990, o Hubble tirou mais de 420.000 fotografias, observou 17.000 alvos astronômicos e sustentou mais de 3.200 artigos científicos.

A descoberta dos buracos negros foi um dos marcos da investigação realizada graças a este telescópio.

O plano atual da Nasa é trazer o Hubble de volta à Terra em 2010 e colocá-lo em exposição no Museu Nacional do Ar e do Espaço, em Washington.

Na ocasião já deverá ter sido lançado, em 2009, o telescópio espacial da próxima geração, que deve proporcionar uma visão ainda mais espetacular do Universo.

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