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05/04/2002
-
06h41
da Folha de S.Paulo
No fim do ano passado, uma dupla de pesquisadores dos EUA alarmou o mundo ao afirmar que havia detectado DNA de milho transgênico numa variedade tradicional da planta no México. Dois estudos publicados ontem atestam: o alarme era falso. O que houve, dizem, foi contaminação das amostras usadas no estudo.
Assim como o trabalho original, de autoria de David Quist e Ignacio Chapela, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), os novos estudos estão na revista "Nature" (www.nature.com), que decidiu publicar as críticas na sua edição on-line, bem como uma réplica de Quist e Chapela.
Os críticos incluem um grupo de pesquisadores do mesmo departamento em que a dupla trabalha, em Berkeley. Eles afirmam que os resultados obtidos pelo estudo se deveram a falsos resultados positivos no método usado.
Quist e Chapela usaram em seu experimento dois tipos de reação que amplifica determinadas sequências genéticas no DNA, a PCR (reação em cadeia de polimerase, na sigla em inglês).
Seus resultados mostram sinais, em alguns dos grãos das espigas de milho nativo, de sequências genéticas usadas na "construção" de milho transgênico, sinal de que pólen geneticamente alterado poderia ter migrado da plantação comercial mais próxima, a quilômetros de distância dali.
Mas a PCR é sensível a contaminações. Para ter certeza da mistura, dizem os críticos, eles deveriam ter plantado os grãos suspeitos e analisado o DNA da nova planta em busca do transgene.
Quist e Chapela reconhecem algumas das críticas, mas dizem que seus detratores só se fixaram ao método mais sensível a contaminação. Uma outra técnica foi usada e repetida, apontando a presença de DNA de transgênico.
"O argumento é capenga", diz o biólogo Paulo Arruda, da Unicamp, que examinou críticas e réplica. "O rigor científico no experimento só se quebra uma vez."
Em nota editorial, a "Nature" reconhece que "a evidência disponível não é suficiente para justificar a publicação do trabalho original". No entanto, "como os autores insistem nas suas conclusões, achamos melhor simplesmente publicar (...) e deixar nossos leitores julgarem a ciência eles mesmos".
Novo estudo contesta evidência de contaminação gênica em milho
CLAUDIO ANGELOda Folha de S.Paulo
No fim do ano passado, uma dupla de pesquisadores dos EUA alarmou o mundo ao afirmar que havia detectado DNA de milho transgênico numa variedade tradicional da planta no México. Dois estudos publicados ontem atestam: o alarme era falso. O que houve, dizem, foi contaminação das amostras usadas no estudo.
Assim como o trabalho original, de autoria de David Quist e Ignacio Chapela, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), os novos estudos estão na revista "Nature" (www.nature.com), que decidiu publicar as críticas na sua edição on-line, bem como uma réplica de Quist e Chapela.
Os críticos incluem um grupo de pesquisadores do mesmo departamento em que a dupla trabalha, em Berkeley. Eles afirmam que os resultados obtidos pelo estudo se deveram a falsos resultados positivos no método usado.
Quist e Chapela usaram em seu experimento dois tipos de reação que amplifica determinadas sequências genéticas no DNA, a PCR (reação em cadeia de polimerase, na sigla em inglês).
Seus resultados mostram sinais, em alguns dos grãos das espigas de milho nativo, de sequências genéticas usadas na "construção" de milho transgênico, sinal de que pólen geneticamente alterado poderia ter migrado da plantação comercial mais próxima, a quilômetros de distância dali.
Mas a PCR é sensível a contaminações. Para ter certeza da mistura, dizem os críticos, eles deveriam ter plantado os grãos suspeitos e analisado o DNA da nova planta em busca do transgene.
Quist e Chapela reconhecem algumas das críticas, mas dizem que seus detratores só se fixaram ao método mais sensível a contaminação. Uma outra técnica foi usada e repetida, apontando a presença de DNA de transgênico.
"O argumento é capenga", diz o biólogo Paulo Arruda, da Unicamp, que examinou críticas e réplica. "O rigor científico no experimento só se quebra uma vez."
Em nota editorial, a "Nature" reconhece que "a evidência disponível não é suficiente para justificar a publicação do trabalho original". No entanto, "como os autores insistem nas suas conclusões, achamos melhor simplesmente publicar (...) e deixar nossos leitores julgarem a ciência eles mesmos".
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