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16/04/2002 - 09h08

Carioca classifica ovos de dino desconhecido

da Folha de S.Paulo

Ovos quase intactos de dinossauro, um caso raríssimo no Brasil, foram finalmente classificados por uma pesquisadora carioca e revelaram uma surpresa: provavelmente uma nova espécie de saurópode (grupo de imensos dinossauros herbívoros de pescoço longo) que habitou a região de Uberaba, no interior de Minas Gerais, há uns 70 milhões de anos.

Quem estudou dois ovos quase inteiros dos bichos, além de diversos fragmentos fossilizados de casca, foi a bióloga Claudia Magalhães Ribeiro, do Departamento de Geologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ela apresenta hoje sua tese de doutorado sobre os ovos, que foram achados por pesquisadores de Peirópolis (um distrito de Uberaba), mas até agora não tinham sido analisados com cuidado.

Ao contrário de outras descobertas do gênero, os filhotes de dinossauro já tinham saído dos ovos mineiros quando eles se fossilizaram. "Por isso, não deu para chegar ao nível de informação da espécie", explica Ribeiro.

Mas a análise do formato, da estrutura e da composição dos ovos -quase redondos, com diâmetro de uns 15 cm- mostrou que eles não se encaixam em nenhuma classe de ovos fósseis conhecida até agora. Ou seja, é quase certo que os bichinhos pertençam a uma espécie até agora desconhecida de dinossauro.

Ribeiro, que anda às voltas com os ovos pré-históricos desde 1998, diz que esse é um evento raro na paleontologia brasileira. "Até hoje, apenas seis ovos nesse estado de conservação foram achados no Brasil", conta a pesquisadora.

De acordo com ela, na época em que os ovos foram postos (o chamado Cretáceo Superior, um pouco antes da grande extinção dos dinossauros), o lugar era entrecortado por rios com bancos de areia, nos quais os saurópodes faziam seus ninhos. É provável que os animais tomassem conta dos ovos até que eles eclodissem.

A pesquisa, que foi financiada pela Faperj e pela Fapemig (fundações de apoio à pesquisa do Rio de Janeiro e de Minas Gerais) promete mais surpresas em breve, diz Ribeiro: entre outras coisas, há cientistas estudando as fezes fossilizadas dos bichos.
 

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