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14/05/2002 - 22h43

Gene desligado seria responsável por insucesso de clones

da Folha de S.Paulo

Cientistas da Universidade da Pensilvânia, EUA, podem ter achado o principal fator que impede o nascimento de clones normais de mamíferos. Eles descobriram que o gene Oct4, fundamental para o desenvolvimento embrionário, não se ativa ou funciona de modo errado na maioria dos embriões clonados.

O Oct4 contém a receita para a produção de um fator de transcrição, tipo de proteína que coordena a ativação de outros genes. Ele costuma estar em atividade apenas em células germinativas (óvulos e espermatozóides) e na chamada massa celular interna, o lugar do embrião que dará origem aos tecidos fetais.

Contudo, o Oct4 não participa do metabolismo das células dos tecidos adultos. E são elas que, em geral, fornecem material genético para a clonagem. Hans Schöler e seus colegas da Universidade da Pensilvânia analisaram embriões clonados de camundongos para verificar se o processo de clonagem seria capaz de "reprogramar" o gene e fazê-lo voltar ao trabalho.

O resultado, como se esperava, foi fraco: apenas 34% dos embriões tinham o gene ativo no lugar certo; desses, só 10% produziam a proteína codificada pelo Oct4 nos níveis corretos.

Para Schöler, esses dados explicam a baixa viabilidade dos roedores clonados —de cada 100 embriões, só 3 chegam a nascer— e boa parte dos problemas dos clones que sobrevivem à gestação, como obesidade.

O estudo reafirma as barreiras contra a clonagem reprodutiva, mas há uma boa notícia para quem defende a versão terapêutica da técnica: os clones que expressavam o Oct4 foram capazes de gerar células-tronco, cruciais para futuros experimentos de clonagem terapêutica.

"Só o Oct4 pode explicar a maior parte das falhas, embora ele talvez seja apenas um dos vários genes que estão envolvidos no problema", diz Schöler, que publicou o trabalho na revista "Genes and Development".
 

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