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18/05/2002
-
06h46
Editor-assistente de Ciência da Folha de S.Paulo
Ministros do Ambiente dos países latino-americanos e caribenhos fecharam ontem em São Paulo o plano da região para salvar do fiasco a Rio +10, conferência da ONU sobre ambiente e desenvolvimento sustentável que marca os dez anos da Eco-92 e ocorre no fim de agosto em Johannesburgo, África do Sul.
Entre os pontos da chamada Iniciativa Latino-Americana e Caribenha para o Desenvolvimento Sustentável estão a inclusão de corredores ecológicos e zonas de transição (entre savana e floresta, por exemplo) na categoria de áreas protegidas e o aumento do uso de energias renováveis no planeta de 5% para 10% até 2010.
Também, será cobrada a destinação de 0,7% do PIB dos países ricos para ajuda financeira aos pobres, um compromisso da Eco-92 que ainda não foi cumprido.
A proposta energética, elaborada pelo secretário de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg, deve ser apresentada em Johannesburgo como uma emenda ao documento-base da conferência, o chamado documento do presidente. O texto atual, negociado sob pressão dos países árabes, prevê que o planeta adote 5% de energias renováveis (eólica e solar, por exemplo) no mesmo período.
O projeto foi acatado até pela Venezuela, país produtor de petróleo que ocupa atualmente a presidência do G-77, o bloco dos países pobres, ao qual pertence o Brasil. Os venezuelanos, que acabam de sair de uma tentativa de golpe contra o presidente Hugo Chávez, precisam de apoio político dos vizinhos e resolveram ceder no item energia.
A iniciativa latino-americana será apresentada no 4º Prepcom (Comitê Preparatório para a Rio +10), segunda-feira, em Bali (Indonésia). A esperança é que ela sirva de base para decisões concretas durante a conferência de Johannesburgo, que arrisca afundar em conversa diplomática.
"O principal impacto esperado dessa carta [a iniciativa latino-americana] é político", disse o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, que presidiu a reunião que produziu a carta.
Ao levar uma proposta de consenso à cúpula de Johannesburgo, os países latino-americanos e caribenhos esperam evitar que o encontro se limite a discutir problemas africanos e que as conversas se percam nos 2.500 tópicos da Agenda 21, a carta de intenções da Eco-92, cuja implementação será discutida na Rio +10.
"Esperamos transformar pelo menos a proposta energética em deliberação", disse Goldemberg.
Latinos fecham plano para Rio +10
CLAUDIO ANGELOEditor-assistente de Ciência da Folha de S.Paulo
Ministros do Ambiente dos países latino-americanos e caribenhos fecharam ontem em São Paulo o plano da região para salvar do fiasco a Rio +10, conferência da ONU sobre ambiente e desenvolvimento sustentável que marca os dez anos da Eco-92 e ocorre no fim de agosto em Johannesburgo, África do Sul.
Entre os pontos da chamada Iniciativa Latino-Americana e Caribenha para o Desenvolvimento Sustentável estão a inclusão de corredores ecológicos e zonas de transição (entre savana e floresta, por exemplo) na categoria de áreas protegidas e o aumento do uso de energias renováveis no planeta de 5% para 10% até 2010.
Também, será cobrada a destinação de 0,7% do PIB dos países ricos para ajuda financeira aos pobres, um compromisso da Eco-92 que ainda não foi cumprido.
A proposta energética, elaborada pelo secretário de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg, deve ser apresentada em Johannesburgo como uma emenda ao documento-base da conferência, o chamado documento do presidente. O texto atual, negociado sob pressão dos países árabes, prevê que o planeta adote 5% de energias renováveis (eólica e solar, por exemplo) no mesmo período.
O projeto foi acatado até pela Venezuela, país produtor de petróleo que ocupa atualmente a presidência do G-77, o bloco dos países pobres, ao qual pertence o Brasil. Os venezuelanos, que acabam de sair de uma tentativa de golpe contra o presidente Hugo Chávez, precisam de apoio político dos vizinhos e resolveram ceder no item energia.
A iniciativa latino-americana será apresentada no 4º Prepcom (Comitê Preparatório para a Rio +10), segunda-feira, em Bali (Indonésia). A esperança é que ela sirva de base para decisões concretas durante a conferência de Johannesburgo, que arrisca afundar em conversa diplomática.
"O principal impacto esperado dessa carta [a iniciativa latino-americana] é político", disse o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, que presidiu a reunião que produziu a carta.
Ao levar uma proposta de consenso à cúpula de Johannesburgo, os países latino-americanos e caribenhos esperam evitar que o encontro se limite a discutir problemas africanos e que as conversas se percam nos 2.500 tópicos da Agenda 21, a carta de intenções da Eco-92, cuja implementação será discutida na Rio +10.
"Esperamos transformar pelo menos a proposta energética em deliberação", disse Goldemberg.
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