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24/06/2002
-
01h00
SABRINA PETRY
da Folha de S. Paulo, no Rio
Pedidos de retorno ao multilateralismo vigente nas negociações ambientais de 1992 marcaram ontem a abertura do seminário Rio +10 Brasil, no Rio de Janeiro. No encontro, a última reunião internacional antes da conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável, em Johannesburgo (África do Sul), foram feitas críticas veladas ao governo dos EUA.
O seminário foi organizado na tentativa de salvar o evento na África do Sul e de evitar que o tema da pobreza acabe ofuscando as discussões sobre ambiente e desenvolvimento sustentável.
A percepção de que Johannesburgo poderia terminar sem resultados tornou-se mais evidente no mês passado, quando a última reunião preparatória oficial para o encontro, em Bali (Indonésia), acabou sem acordo sobre um texto a ser negociado na cúpula.
Durante a preparatória de Bali, os representantes dos países subdesenvolvidos acusaram os ricos, liderados pelos EUA, de tentar retroceder em tópicos já definidos durante a Eco-92, no Rio.
As críticas voltaram a ser feitas ontem no Rio. "A nós soa estranho querer discutir pobreza sem admitir a ordem global que é responsável tanto pela exclusão social quanto pela degradação ambiental", disse o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho.
Em seu discurso, Carvalho também alfinetou a atual política ambiental dos EUA quando falou sobre governança. "Não dá para discutir governança quando alguns países se recusam a assinar convenções internacionais", disse.
Em março de 2001, o presidente americano, George W. Bush, se retirou das negociações do Protocolo de Kyoto, acordo internacional contra o efeito estufa, sob alegação de danos à economia.
Segundo Carvalho, depois da reunião de Bali, a conferência do Rio adquiriu uma grande dimensão política, principalmente por reunir chefes de Estado da Suécia, do Brasil e da África do Sul, sedes das grandes conferências ambientais da ONU _de 1972, 1992 e 2002, respectivamente.
Na sua opinião, a presença dos três pode reacender os debates das questões pertinentes a Johannesburgo.
O diretor-executivo do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), Klaus Töpfer, foi além. "Espero que esta reunião estimule a inclusão do tema ambiental na próxima reunião do G-8, no Canadá. Ela mostra que estes três Estados [Suécia, Brasil e África do Sul] estão cientes de sua responsabilidade."
Um dos destaques da abertura foi a questão da energia, colocada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, como fundamental. Ele lembrou a proposta do governo brasileiro de aumentar de 5% para 10% a participação das energias renováveis (solar, eólica e biomassa) no total de energia usada no mundo até 2010.
Reunião Rio+10 quer priorizar questão ambiental
CLAUDIO ANGELOSABRINA PETRY
da Folha de S. Paulo, no Rio
Pedidos de retorno ao multilateralismo vigente nas negociações ambientais de 1992 marcaram ontem a abertura do seminário Rio +10 Brasil, no Rio de Janeiro. No encontro, a última reunião internacional antes da conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável, em Johannesburgo (África do Sul), foram feitas críticas veladas ao governo dos EUA.
O seminário foi organizado na tentativa de salvar o evento na África do Sul e de evitar que o tema da pobreza acabe ofuscando as discussões sobre ambiente e desenvolvimento sustentável.
A percepção de que Johannesburgo poderia terminar sem resultados tornou-se mais evidente no mês passado, quando a última reunião preparatória oficial para o encontro, em Bali (Indonésia), acabou sem acordo sobre um texto a ser negociado na cúpula.
Durante a preparatória de Bali, os representantes dos países subdesenvolvidos acusaram os ricos, liderados pelos EUA, de tentar retroceder em tópicos já definidos durante a Eco-92, no Rio.
As críticas voltaram a ser feitas ontem no Rio. "A nós soa estranho querer discutir pobreza sem admitir a ordem global que é responsável tanto pela exclusão social quanto pela degradação ambiental", disse o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho.
Em seu discurso, Carvalho também alfinetou a atual política ambiental dos EUA quando falou sobre governança. "Não dá para discutir governança quando alguns países se recusam a assinar convenções internacionais", disse.
Em março de 2001, o presidente americano, George W. Bush, se retirou das negociações do Protocolo de Kyoto, acordo internacional contra o efeito estufa, sob alegação de danos à economia.
Segundo Carvalho, depois da reunião de Bali, a conferência do Rio adquiriu uma grande dimensão política, principalmente por reunir chefes de Estado da Suécia, do Brasil e da África do Sul, sedes das grandes conferências ambientais da ONU _de 1972, 1992 e 2002, respectivamente.
Na sua opinião, a presença dos três pode reacender os debates das questões pertinentes a Johannesburgo.
O diretor-executivo do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), Klaus Töpfer, foi além. "Espero que esta reunião estimule a inclusão do tema ambiental na próxima reunião do G-8, no Canadá. Ela mostra que estes três Estados [Suécia, Brasil e África do Sul] estão cientes de sua responsabilidade."
Um dos destaques da abertura foi a questão da energia, colocada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, como fundamental. Ele lembrou a proposta do governo brasileiro de aumentar de 5% para 10% a participação das energias renováveis (solar, eólica e biomassa) no total de energia usada no mundo até 2010.
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