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27/06/2002 - 18h51

Terapia genética é aplicada em dois bebês que vivem em bolhas

da France Presse, em Washington

Terapia genética foi aplicada com sucesso no tratamento de dois bebês que sofriam de um problema hereditário do sistema imunológico que os obrigava a viver numa bolha esterilizada para evitar os micróbios, anunciou um grupo de cientistas na revista "Science".

Os especialistas italianos e israelenses contribuíram com mais uma etapa ao método desenvolvido em 2000, que registrou as primeiras curas de bebês afetados pela Deficiência Imunológica Combinada Severa (Dics).

A doença, caracterizada pela ausência total de células de defesa no organismo, deixa seu portador a mercê de infecções, provocando sua morte quando não houver um transplante de medula óssea ou a proteção de uma câmara esterilizada.

Neste último caso, os dois bebês tratados, um deles de 7 meses e, o outro, de 2 anos e meio, tinham uma forma da doença conhecida como ADA Dics, uma deficiência na enzima ADA necessária para a produção de células imunológicas.

Num primeiro momento, os médicos realizaram uma extração na medula óssea dos dois pacientes para isolar células-tronco sangüíneas, com o potencial de se transformarem em eritrócitos e em leucócitos variados.

Os cientistas expuseram logo essas células a um vírus geneticamente modificado, portador de uma versão sadia do gene da ADA. O vírus inseriu então este gene no genoma das células-tronco.

Antes de reinserir as células assim modificadas, os cientistas acrescentaram uma nova etapa que poderá aumentar as possibilidades de sucesso no tratamento do Dics, um proceso chamado "condicionamento não mieloblativo", que permite a medula modificada ser melhor implantada.

Algumas semanas depois da inserção, as células-tronco modificadas haviam migrado para a medula óssea, que começou a produzir células imunológicas (linfócitos B, T e NK). Um ano mais tarde, um dos pacientes já não sofria infecções das vias respiratórias nem diarréia crônica.

Segundo um dos autores do estudo, Shimon Slavin, que dirige o serviço de transplantes da medula óssea do Hadassah Medical Center de Jerusalém, o método usado "pode ser aplicado a todas as doenças genéticas que exijam a modificação de células-tronco para serem curadas, particularmente quando os pacientes não têm doador compatível para um transplante de medula óssea".
 

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