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06/02/2010 - 21h18

Nasa prepara lançamento do Endeavour em meio a incertezas sobre o futuro

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da Folha Online

A Nasa prepara-se para lançar o ônibus espacial Endeavour na madrugada deste domingo, em uma das últimas missões restantes desse tipo de espaçonave, enquanto o chefe da agência americana sugeriu neste sábado que a era de grandes iniciativas apenas americanas no espaço acabaram.

Ventos fortes sacudiram o local de lançamento, na Flórida, na tarde deste sábado, mas meteorologistas previram que as rajadas diminuiriam a tempo para o lançamento, marcado para as 4h39 (07h39 de Brasília). As chances de tempo bom são de 80%.

Os seis astronautas do ônibus dormiram durante a tarde. Eles irão trabalhar no turno da madrugada durante o voo de 13 dias.

A Endeavour carregará com um novo módulo para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), bem como uma plataforma de observação. Com a instalação do módulo Tranquility -- de 18 toneladas, 7 metros de largura e 4,5 de diâmetro-- e da cúpula --de 1,9 tonelada, 1,5 metro de largura e 2,9 de diâmetro-- a estação ficará 90% completa, informou a Nasa.

A cúpula também será acoplada ao Tranquility. Com seis janelas dos dois lados e uma janela central, todas com obturadores de proteção contra micrometeoritos, oferecerá uma vista incomparável da Terra a partir da ISS e terá ainda uma função chave com sua estação de trabalho robotizada --de onde serão controladas as operações de manutenção da ISS e instalação de outras estruturas no futuro.

A Estação Internacional é um projeto do qual participam 16 países, a um custo de 100 bilhões de dólares, financiado em sua maior parte pelos Estados Unidos.

O administrador da Nasa, Charles Bolden, um ex-astronauta, concedeu uma entrevista coletiva de uma hora neste sábado no Centro Espacial Kennedy, onde deixou clara a incerteza que cerca o futuro da exploração espacial.

Ele lembrou que há apenas cinco missões restantes dos ônibus espaciais, que começaram a viajar em 1981, e disse aos jornalistas: "Vocês vão ter que descobrir o que mais nós vamos fazer, juntamente com a gente."

"O presidente me informou que este vai ser um esforço internacional", disse Bolden. "Vai ser diferente da forma como estamos habituados a fazer. Nós vamos colocar os parceiros internacionais no caminho principal."

O mais óbvio dos parceiros é o antigo rival cujos sucessos na exploração espacial nos anos 50 estimularam os EUA a estabelecerem o objetivo de levar o primeiro homem à Lua. Assim que os ônibus espaciais deixarem de voar, os Estados Unidos dependerão exclusivamente dos Soyuz russos para transportar astronautas à ISS.

Para reduzir esse período de dependência, e os custos, Obama quer estimular o desenvolvimento de sistemas de transporte espacial por empresas privadas, que seriam subcontratadas pela Nasa para levar seus astronautas.

A missão da Endeavour também acontece em momento em que se discute a modificação dos objetivos de exploração tripulada da Nasa: Obama pediu ao Congresso que abandone o programa Constellation, que previa um retorno dos americanos à Lua até 2020.

Bolden aceitou a culpa pela forma como os funcionários da Nasa foram informados dos planos de Obama para desmantelar o Constellation. No projeto de Orçamento proposto na segunda-feira, Obama divisou um futuro pós-ônibus espaciais para a agência, onde também diminui a importância dos foguetes Ares, em que a Nasa estava trabalhando.

Na sexta-feira, gerentes da agência usaram as palavras "choque" e "angústia" para descrever a reação de seus colegas.

"Por que os funcionários da Nasa não estava melhor preparados para isso?", questionou o próprio Bolden, respondendo: "Vocês estão olhando para o cara que é responsável. Eu vou aceitar a responsabilidade".

Bolden disse que não quis ouvir os seus conselheiros sobre a melhor forma de apresentar a informação e que passou os últimos dias pedindo desculpas a todos. "Eu fui estúpido, eu admito isso. Eu não fiz isso direito", disse ele.

Quanto ao futuro, Bolden disse que o país precisa de um grande foguete para transportar cargas pesadas, se os astronautas forem se aventurar além da órbita da Terra. Ele disse que quer usar as lições da Constellation para usar novas tecnologias e construir esse foguete.

"Embora a gente vá descontinuar gradualmente o programa Constellation em si, eu não quero jogar fora o bebê com a água da bacia", disse ele.

Bolden previu que um foguete capaz de transportar astronautas para a Lua, Marte ou asteroides esteja pronto para voar em algum momento entre 2020 e 2030. Ele pessoalmente considera Marte um objetivo preferencial.

Seja qual for o destino ou o foguete, o novo caminho a seguir será "significativamente melhor do que aquele que abandonamos" disse ele.

Com Associated Press, Reuters e France Presse

 

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