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17/09/2002
-
18h59
da Folha Online
O telescópio espacial Hubble deu a prova final que comprova a existência de buracos negros médios, descoberta que pode ajudar os cientistas a entenderem o desenvolvimento desses objetos.
O Hubble fotografou dois buracos negros, de 4.000 vezes e de 20 mil vezes a massa do Sol, respectivamente nos aglomerados globulares M15 e G1. As imagens foram divulgadas pelo Instituto Científico do Telescópio Espacial, ligado à Nasa (agência espacial norte-americana).
Aglomerados globulares são conjuntos de estrelas velhas, com 10 mil a 1 milhão de estrelas, que orbitam na nossa e em outras galáxias. O M15 é um dos aglomerados globulares mais brilhantes, com cerca de 5 bilhões de anos. Faz parte da nossa galáxia e está localizado a 40 mil anos-luz da Terra. Já o G1 localiza-se na galáxia de Andrômeda, a 2,9 milhões de anos-luz.
Os buracos negros surgem quando as estrelas implodem. Sua gravidade fica tão intensa que nada em suas redondezas pode escapar dela -nem mesmo a luz.
Normalmente, eles são encontrados em duas versões: grandes, com 1 milhão a 1 bilhão de vezes a massa do Sol, no centro de galáxias; e pequenos, com três a dez vezes a massa solar, os quais surgem quando uma estrela de alta massa termina a sua vida explodindo como uma supernova.
Confirmação
A existência dos buracos negros com massa intermediária, dentro dos aglomerados globulares, já era esperada.
"Já havia evidência, por simulação de modelos computacionais, da evolução de aglomerados", explica o astrônomo Amâncio Friaça, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. "Além disso, o estudo das velocidades das estrelas (nos aglomerados globulares) indica um crescimento em direção do centro."
Os cientistas da Nasa que analisaram as imagens descobriram um padrão, que relaciona a massa dos corpos com o meio onde se encontram. Assim, a massa do aglomerado globular é proporcional à do buraco negro médio, assim como a massa das versões maiores é proporcional ao tamanho das galáxias onde estão localizados.
"Apesar das evidências que já existiam, não podemos minimizar a descoberta", diz Friaça. "Ela é uma espécie de 'pedra de roseta' -se nós temos uma escala intermediária, podemos traçar um padrão semelhante para decifrar os buracos negros."
Hubble comprova existência de buracos negros médios
CRISTINA AMORIMda Folha Online
O telescópio espacial Hubble deu a prova final que comprova a existência de buracos negros médios, descoberta que pode ajudar os cientistas a entenderem o desenvolvimento desses objetos.
O Hubble fotografou dois buracos negros, de 4.000 vezes e de 20 mil vezes a massa do Sol, respectivamente nos aglomerados globulares M15 e G1. As imagens foram divulgadas pelo Instituto Científico do Telescópio Espacial, ligado à Nasa (agência espacial norte-americana).
Nasa/STSCI |
Hubble encontra buracos negros médios no centro dos aglomerados globulares M15 (esq.) e G1 |
Aglomerados globulares são conjuntos de estrelas velhas, com 10 mil a 1 milhão de estrelas, que orbitam na nossa e em outras galáxias. O M15 é um dos aglomerados globulares mais brilhantes, com cerca de 5 bilhões de anos. Faz parte da nossa galáxia e está localizado a 40 mil anos-luz da Terra. Já o G1 localiza-se na galáxia de Andrômeda, a 2,9 milhões de anos-luz.
Os buracos negros surgem quando as estrelas implodem. Sua gravidade fica tão intensa que nada em suas redondezas pode escapar dela -nem mesmo a luz.
Normalmente, eles são encontrados em duas versões: grandes, com 1 milhão a 1 bilhão de vezes a massa do Sol, no centro de galáxias; e pequenos, com três a dez vezes a massa solar, os quais surgem quando uma estrela de alta massa termina a sua vida explodindo como uma supernova.
Confirmação
A existência dos buracos negros com massa intermediária, dentro dos aglomerados globulares, já era esperada.
"Já havia evidência, por simulação de modelos computacionais, da evolução de aglomerados", explica o astrônomo Amâncio Friaça, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. "Além disso, o estudo das velocidades das estrelas (nos aglomerados globulares) indica um crescimento em direção do centro."
Os cientistas da Nasa que analisaram as imagens descobriram um padrão, que relaciona a massa dos corpos com o meio onde se encontram. Assim, a massa do aglomerado globular é proporcional à do buraco negro médio, assim como a massa das versões maiores é proporcional ao tamanho das galáxias onde estão localizados.
"Apesar das evidências que já existiam, não podemos minimizar a descoberta", diz Friaça. "Ela é uma espécie de 'pedra de roseta' -se nós temos uma escala intermediária, podemos traçar um padrão semelhante para decifrar os buracos negros."
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