Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/09/2002 - 21h02

Ativistas alertam para riscos de poluição da nanotecnologia

da Agência Lusa

A nanotecnologia poderá originar produtos poluentes tão pequenos que serão impossíveis de detectar, alerta o grupo ambientalista canadense ETC (Erosão, Tecnologia e Concentração).

Este novo campo científico estuda a manipulação de materiais na escala molecular. Cientistas acreditam que, nos próximos anos, apareçam chips e computadores tão pequenos que possam ser implantados sob a pele e até utilizados pela medicina em diagnósticos e cirurgias de precisão.

"Se algumas nanopartículas entrarem na corrente sanguínea ou nas reservas subterrâneas de água, ainda que não sejam perigosas de forma isolada, podem reagir com outros elementos e tornarem-se nocivas", adverte Kathy Jo Wetter, uma investigadora do grupo canadense.

Os cientistas, no entanto, descartam essa possibilidade. Eles alegam que a nanotecnologia envolve materiais já bem conhecidos —como o carbono, o zinco ou o ouro—, manipulados em seus átomos.

"É claro que poderão existir reações inesperadas, algumas delas tóxicas, mas isso também acontece com partículas maiores na indústria tradicional", afirmou Mihail Roco, conselheiro da Fundação Nacional para a Ciência dos Estados Unidos para a área da nanotecnologia.

A pesquisa na área da nanotecnologia está entre as prioridades científicas do governo norte-americano, que lhe reservou este ano US$ 604 milhões em fundos federais. Segundo o ETC, o financiamento mundial nesta área deverá atingir os US$ 4 bilhões.

Wetter, cujo grupo participou na cúpula de Johannesburgo sobre Desenvolvimento Sustentável no início do mês, acredita que a produção industrial de nanopartículas ainda não foi devidamente analisada no que diz respeito aos riscos para o ambiente e para a saúde.

"E se estas nanopartículas se acumularem no fígado ou pulmões?", questiona Wetter.

Numa ação considerada dramática pelos pesquisadores, o ETC pede aos governos que interrompam a investigação em nanotecnologia enquanto os riscos ambientais e para a saúde não forem explicados.

Nos EUA, a agência para a proteção ambiental, a EPA, espera lançar alguns estudos neste campo até ao final do ano.

O ETC avança ainda com outros cenários potenciais um tanto assustadores: algumas nanopartículas que em testes como forma de transportar medicamentos para atacar o câncer e outras doenças também poderiam, por exemplo, espalhar toxinas.

Segundo os ambientalistas, esta seria uma situação muito perigosa, já que não existem atualmente sensores para detectar nanopartículas fora do ambiente laboratorial.

Leia mais notícias da Agência Lusa
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página