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16/04/2010 - 16h59

"Neurônios-espelho" de empatia são encontrados em humanos

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HELEN THOMSON
da New Scientist

Células cerebrais que podem estar por trás de nossa habilidade de criar empatia com os outros foram detectadas diretamente em seres humanos pela primeira vez.

Estes assim chamados "neurônios-espelho" já haviam sido identificados antes em cérebros de macacos. Eles são ativadas quando o animal realiza uma ação e quando observa outros realizando a mesma ação.

Até agora, a única evidência de que nosso cérebro contém neurônios similares havia sido indireta, derivada de exames por ressonância magnética (MRI).

Agora, Roy Mukamel, na Universidade da Califórnia, Los Angeles, e colegas, observaram neurônios-espelho diretamente em humanos.

Eles usaram eletrodos para gravar a atividade cerebral no córtex medial frontal e temporal, em 21 pessoas que esperavam cirurgia para tratar epilepsia. O exame foi feito enquanto essas pessoas faziam --ou observavam nos outros-- certas ações e expressões faciais.

A maioria destes neurônios respondiam apenas à observação ou à execução de uma ação, mas 8% das células respondiam a ambas as atividades, segundo o estudo publicado na revista "Current Biology".

Foram medidas áreas do cérebro envolvidas no planejamento e no controle de ações, pensamento abstrato e memória.

Empatia

Acreditava-se que neurônios-espelho existiam primariamente em regiões do cérebro envolvidas na realização de ações, então sua presença em outras regiões sugere que isso não é seu único papel.

Outros estudos concluíram que pessoas com mais neurônios-espelho ativos tendem a ser mais empáticas --capacidade de sentir algo colocando-se no lugar das outras pessoas.

Marco Iacoboni, da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), outro membro da equipe, diz que os resultados da pesquisa indicam que os neurônios-espelho em seres humanos fornecem um "rico reflexo das ações dos outros".

Alfonso Caramazz, da Universidade Harvard, rejeita esta ideia. "Nós deveríamos abandonar a noção de que estes neurônios nos permitem espelhar a ação de outros internamente", diz ele.

Ambos concordam que o teste final seria bloquear este tipo de neurônio em animais e ver se eles não compreenderiam mais as ações de outros.

Não há maneira fácil de fazer isso ainda, diz Mukamel, mas optogenética --habilidade de manipular ou bloquear a atividade neural com espectros de luz-- um dia poderia se tornar uma solução.

 

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