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17/10/2002 - 18h17

Telescópio Hubble revelará mistério do começo do Universo em 2010

da France Presse, em Houston (EUA)

O telescópio espacial Hubble, que já revolucionou os conhecimentos astronômicos em 12 anos de serviço, deve revelar o mistério do nascimento do Universo em 2010, segundo cientistas reunidos no 2º Congresso Mundial do Espaço, que acontece esta semana em Houston (Texas, sul dos EUA).

Com o Hubble "podemos 'voltar' no tempo a ponto de ver que o Universo tinha um aspecto muito diferente" em seu começo, e "podemos ver a formação das galáxias", assinalou Steven Beckwith, diretor do Instituto Científico do Telescópio Espacial Hubble de Baltimore (Maryland, leste dos EUA).

Um dos novos instrumentos instalados no Hubble durante a última visita da Nasa "multiplica por dez o potencial de descobrimento do Hubble", acrescentou o norte-americano John Grunsfeld, um dos astronautas que viajaram em maio a bordo do transportador Columbia para trabalhar no telescópio.

O Hubble, com essa nova potência, começara a captar a partir de 2003. "imagens em profundidade de campo", um novo potencial que Beckwith comparou com o acelerador de uma Ferrari.

"Pelo menos uma vez na vida, temos vontade de conduzir o carro em sua máxima velocidade", disse o pesquisador, explicando: "Pelo menos uma vez na vida do telescópio espacial, queremos saber até onde esta máquina é capaz de mirar".

O novo instrumento, chamado Advanced Camera for Surveys (ACS), tem uma visão que permitiria distinguir desde Washington dois vaga-lumes situados a dois metros um do outro na cidade de Tóquio.

Máquina do tempo
O Hubble pesa 12,5 toneladas e se movimenta em órbita a 560 km de altitude. Seus diferentes equipamentos o convertem em uma máquina do tempo capaz de detectar uma luz emitida há mais de 13 bilhões de anos. A idade do Universo é estimada em 15 bilhões de anos.

A observação de supernovas (estrelas maciças em explosão) do Hubble permitiu deduzir a presença de uma energia negra que acelerou a expansão do Universo, contrariamente às teorias anteriores segundo as quais a expansão do Universo estava em desaceleração.

Esta energia negra "que parece criar uma pressão e enviar o Universo para o exterior", segundo Beckwith, é uma das observações totalmente imprevistas pelos construtores do telescópio.

A câmara ACS promete as descobertas mais importantes no futuro, e permitiria "remontar até o começo dos tempos", diz entusiasmado o pesquisador.

Quase a metade das descobertas do Hubble se realizaram com instrumentos que não estavam incluídos no começo. "Isto mostra o interesse de desenvolver instrumentos de alta capacidade com o objetivo geral de observação, porque em ciência nunca se sabe o que vai aparecer", disse Beckwith.

A ACS permitiu recentemente detectar um corpo celeste que mede a metade do tamanho de Plutão, nos confins de nosso sistema solar, em uma zona povoada de asteróides chamada cinturão de Kuiper.

Se esta bola de gelo tivesse sido de uma massa equivalente ao seu vizinho Plutão, seria considerada como o décimo planeta de nosso sistema solar, assinalou Beckwith. Ele acredita que "outras observações permitirão encontrar outros objetos tão grandes como Plutão, mas ainda mais distantes".

O Hubble será substituído em 2010 pelo telescópio James Webb, cuja potência será inclusive dez vezes superior à do atual observatório orbital. Então o Hubble regressará à Terra em um transportador, para ficar em exposição no Museu do Ar e do Espaço de Washington.
 

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