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18/10/2002 - 09h50

Estresse no trabalho dobra risco de morte por doença do coração

da France Presse, em Paris

O estresse excessivo no trabalho duplicaria o risco de morte por uma enfermidade cardiovascular, segundo cientistas finlandeses cuja pesquisa será publicada na edição de amanhã do "British Medical Journal".

Os cientistas do Instituto Nacional finlandês de Saúde Trabalhista de Helsinque acompanharam durante mais de 25 anos (25,6 anos) 812 funcionários em bom estado de saúde (545 homens e e 267 mulheres) de uma empresa industrial (Valmet) situada no Centro do país. Do total, 73 morreram por causa de problemas cardiovasculares no período em que durou a pesquisa.

Entrevistas, questionários e exames médicos permitiram coletar dados relativos ao estresse, à tensão arterial e aos níveis de colesterol no sangue. Os cientistas utilizaram igualmente dados de mortalidade cardiovascular do registro nacional de falecimentos entre 1973 e 2001.

As obrigações e tensões no trabalho (grandes exigências e baixo domínio do trabalho) e as recompensas insuficientes aos esforços (baixos salários, falta de reconhecimento social e limitadas perspectivas de carreira na empresa em relação aos esforços realizados) estão relacionadas a um risco de morte por causa cardiovascular duplicado entre os funcionário que, no início da pesquisa, gozavam de bom estado de saúde.

Os empregos com alto nível de estresse estão associados a um aumento do colesterol no sangue, observado a partir do quinto ano de acompanhamento, e do peso, que tem início após dez anos de estresse e esforços consagrados a uma tarefa subestimada.

Para melhorar a saúde e prevenir os trastornos cardiovasculares, os conselhos dados tradicionalmente são deixar de fumar, reduzir o consumo de álcool, optar por uma alimentação menos gordurosa e fazer exercício físico, cita a equipe do professor Mika Kivimakie, do Instituto Nacional de Saúde Trabalhista.

Esta pesquisa assinala que o excesso de risco de mortalidade cardiovascular não aparece ligado à intensidade do esforço exigido, e sim à tensão que sofre o empregado ou operário que se esforça em realizar um trabalho sem responsabilidade, socialmente pouco valorizado e mal remunerado.

"A atenção da medicina preventiva deverá dirigir-se também à prevenção da ansiedade no trabalho", dizem os autores da pesquisa.

 

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