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21/11/2002 - 08h45

Asteróide devastador colide com a Terra a cada mil anos

SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

A maioria dos cientistas concorda que os asteróides com mais de um quilômetro de diâmetro, capazes de destruir civilizações inteiras, são uma preocupação que só se justifica a cada punhado de dezenas de milhões de anos. Mas novos cálculos mostram que bólidos mais modestos, com 50 metros de diâmetro e a capacidade de destruir uma cidade, despencam do céu uma vez por milênio.

Na verdade, trata-se de boa notícia. Estimativas anteriores sugeriam que um evento desses ocorresse em média a cada 200 ou 300 anos. Os novos cálculos, aprimorados com o uso de informação antes mantida secreta pelo governo americano, oferecem uma estimativa mais precisa sobre a periodicidade desses episódios.

Durante os últimos oito anos, uma rede de satélites do Departamento de Defesa dos EUA tem monitorado a atmosfera terrestre com o objetivo de detectar explosões —obviamente na tentativa de monitorar o uso de armamento nuclear ao redor do globo.

Registros de bomba atômica nunca apareceram, mas, em compensação, o sistema foi capaz de apontar diversos eventos de explosões --todas causadas pela entrada de pequenos asteróides na atmosfera da Terra e sua subsequente quebra pelo atrito com o ar. Para os militares a coisa acabou não sendo lá muito útil, mas os dados se tornaram um prato cheio para os astrônomos.

"Em oito anos, detectamos mais de 300 eventos, graças ao nosso sistema de calibragem dos dados de satélite", conta Douglas Revelle, do Laboratório Nacional de Los Alamos, um dos autores do estudo, que está publicado na edição de hoje da revista britânica "Nature" (www.nature.com).

Incidências de rochas espaciais de poucos metros de diâmetro na atmosfera acontecem com razoável frequência --anualmente, segundo os pesquisadores. "Esses corpos medidos em metros são interessantes cientificamente, mas não oferecem absolutamente nenhum perigo aos humanos", diz Robert Jedicke, da Universidade do Arizona, escolhido pela "Nature" para comentar o estudo.

A ameaça só existe quando os bólidos têm 50 metros ou mais. Foi um meteoro desse tipo (ou um disco voador, segundo fãs de ufologia) que explodiu sobre Tunguska, na Sibéria, em 1908, destruindo centenas de quilômetros quadrados de floresta. Se um desses explodisse sobre uma região habitada, poderia matar milhões. Felizmente, com base na nova estimativa, parece haver ainda nove séculos para catalogar os pedregulhos espaciais e se preparar para futuras colisões.
 

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