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26/10/2000 - 07h47

Cientistas encontram um "quase-planeta"

SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

Foi-se o tempo em que responder à pergunta "Quantos planetas tem o Sistema Solar?" era mera questão de aritmética. Desde 1930, ano em que Plutão foi descoberto, o Sistema Solar é representado por nove planetas. Mas vira e mexe surge uma polêmica para desafiar essa contagem.

Mais uma delas surgiu agora. Cientistas da Universidade dos Andes, na Venezuela, e da Universidade de Indiana, nos EUA, descobriram um planetóide, nomeado 2000 EB173, orbitando o Sol entre Netuno e Plutão.

Com cerca de um quarto do diâmetro de Plutão (as melhores estimativas dão a ele 700 km de diâmetro), ele quase pode ser considerado um planeta, ou seja, quase passa nas três provas criadas para selecionar os apenas nove astros atualmente classificados como planetas e para excluir os demais objetos que orbitam o Sol.

Para fazer parte do grupo, é preciso orbitar uma estrela, ter gravidade suficiente para torná-lo esférico e possuir um valor mínimo de massa. O EB173, que leva 243 anos para completar sua órbita, só perde no último requisito.

Os critérios são tão arbitrários que houve astrônomos recentemente querendo tirar Plutão do seleto grupo. Isso porque, além de ser minúsculo, ele já está registrado em outro clube -o dos membros do cinturão de Kuiper.

Engana-se quem imagina que Plutão viva sossegadamente na borda do Sistema Solar. Junto com ele há um amontoado de planetóides e asteróides, muito similar ao cinturão de asteróides localizado entre Marte e Júpiter.

O EB173 pertence a esse grupo, assim como cerca de 300 outros corpos já catalogados. Mas suspeita-se que haja muitos mais. "O cinturão de Kuiper é de cem a mil vezes mais maciço que o cinturão de asteróides", diz Brian Marsden, do Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica, nos EUA.

Ele comentou um outro estudo sobre o cinturão de Kuiper, publicado hoje na revista "Nature". Nele, os pesquisadores fazem uma distinção entre dois tipos de astros existentes na região: os avermelhados e os cinzentos.

Os primeiros estudos determinando a existência desses dois tons para os astros do cinturão de Kuiper apareceram em 1995. A pesquisa atual, de astrônomos da Universidade do Norte do Arizona e da Universidade de Oklahoma, conseguiu relacionar a cor do objeto com sua distância do Sol e o ângulo de inclinação da órbita.

Quanto mais distante e menos inclinada é a órbita, maior a probabilidade de que seja vermelho. Os pesquisadores acreditam que as diferenças se devam à maior ou menor incidência de radiação solar sobre esses objetos.

A maior parte das observações do cinturão é feita de observatórios em terra. E as esperanças de que isso pudesse mudar foram recentemente destruídas pela Nasa (agência espacial dos EUA), que cancelou o lançamento de uma sonda rumo a Plutão.

"É uma pena que a Nasa tenha optado por cancelar a missão Plutão/Kuiper. Se fosse eles, adiaria missões a Marte", diz Marsden.

Novas luas em Saturno

Um grupo de astrônomos dos EUA, Canadá e França descobriu quatro novas luas orbitando Saturno. O planeta passa a ter agora 22 satélites, superando a marca de Urano, que tem 21.

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