Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/01/2003 - 16h57

Vulcões de satélite de Júpiter expelem sal na atmosfera

da Folha Online

Astrônomos conseguiram desvendar um mistério que, há quase 30 anos, pairava sobre a atmosfera de Io, um dos satélites de Júpiter. Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (EUA) e do Observatório de Paris (França) descobriram que os vulcões dessa lua expelem sal em sua pequena atmosfera.

"Isso chega perto de explicar a descoberta de sódio nas nuvens neutras que circundam Io, realizada por Bob Brown em 1974", afirma Darrell Strobel, professor de ciências planetárias de Johns Hopkins, na edição da revista "Nature" publicada ontem.

Segundo ele, análises mais profundas dos resultados, que incluam modelos de como o sal é quebrado em átomos de sódio e cloro, devem ajudar os cientistas a compreender que tipo de materiais ajudaram a formar o satélite Io.

Astrônomos têm levantado hipóteses para a fonte de sódio por anos até conseguirem chegar ao mais evidente suspeito: o cloreto de sódio. As equipes chegaram à essa conclusão há dois anos, depois de detectar cloro em nuvens de gás carregadas de eletricidade que circundavam Io.

"A conclusão é que, aparentemente, há sal suficiente na atmosfera de Io para fornecer sódio para as nuvens neutras e cloro para as carregadas de eletricidade", disse Strobel.

Interação especial
Com uma órbita exêntrica ao redor de Júpiter e os campos de duas grandes luas próximas, Europa e Ganymede, o satélite é constantemente submetido a grandes forças gravitacionais, o que flexiona sua crosta e aquece seu núcleo. Como resultado, Io é um dos corpos planetários com mais atividade vulcânica em todo o sistema solar.

"Aproximadamente duas toneladas de material vulcânico são expelidas a cada segundo para a atmosfera [do satélite], e quando esse material é ionizado [possui carga elétrica], a esfera magnética que envolve o planeta parece lembrar a miniatura de um pulsar [estrela que emite radiação eletromagnética em intervalos fixos de tempo]", diz Strobel.

Esse contexto gera interação entre as nuvens ionizadas de Io e partículas carregadas na atmosfera de Júpiter, que aceleram a rotação das partículas do satélite, mas também

A interação entre as nuvens ionizadas de Io e partículas carregadas de eletricidade ao redor da atmosfera de Júpiter aumentam a rotação das partículas ao redor do satélite, mas também aplica uma força infinitesimal na rotação de Júpiter, tornando a rotação do planeta sobre seu próprio eixo cada vez mais lenta.

"É um sistema de interação único, fora do comum", explica Strobel. "Aprendemos um bocado depois que a Voyager 1 vôou sobre a lua em 1979 e revelou oito vulcões ativos, mas ainda não compreendemos completamente as suas influências."
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página