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17/02/2003 - 19h09

Genética e informática combinam forças contra as doenças

da France Presse, em Denver

A análise do genoma humano combinada com a informática e a eletrônica dará lugar no futuro a tratamentos contra as mais diversas doenças, como as do cérebro, diabetes e tuberculose, disseram cientistas norte-americanos reunidos em Denver, Colorado.

Esta combinação de altas tecnologias é o motor da genética aplicada, explicaram os pesquisadores na 169ª Reunião Anual da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência).

"O objetivo da decodificação do genoma humano era definir os genes; o fim da seguinte fase é determinar como estes genes, e as proteínas que os codificam, se interconectam como circuitos integrados nas células", afirmou o cientista Trey Ideker.

Isso é possível graças à informática, que permite combinar 3 milhões de letras que compõem o genoma e bilhões de células do corpo humano, cada uma regida por milhares de genes que interagem e mudam de papel de uma célula à outra e de um instante ao outro.

Para descobrir as interconexões genéticas, os cientistas recorrem a minilaboratórios do tamanho de um selo, chamados "microrredes DNA", "chips de DNA" ou "biochips". Eles são capazes de produzir um documento de identidade de qualquer gene tirado da célula de um paciente.

É com estes biochips, feitos de vidro, silício ou polímeros, que os cientistas tentam compreender o papel que desempenham alguns genes nas enfermidades infecciosas ou degenerativas, para desenvolver os tratamentos do futuro.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina John Hopkins e do Instituto Kennedy Krieger disseram ontem ter identificado, graças ao chip de DNA, algumas expressões genéticas associadas ao autismo, à trisomia 21 e a outras enfermidades.

"Uma grande dúvida das doenças do cérebro é saber por que o paciente sofre desses déficits. Se conseguirmos entender quais genes se expressam de maneira anormal, obteremos sinalizadores", explicaram

Eric Hoffman, do Hospital Infantil de Washington, utiliza os biochips para estudar entre outras coisas a região da célula na qual um nervo toca uma célula muscular, com a esperança de descobrir um tratamento para a doença de Lou Gehrig e a amiotrofia espinal.

Hoffman estuda também um grupo de pessoas com probabilidade de desenvolverem diabetes do tipo 2. Mediante o estudo dos genes expressados em suas células musculares, espera desenvolver um tratamento para prevenir os problemas circulatórios entre os pacientes.

O chip de DNA já permitiu a Gary Shoolnik, da Universidade de Stanford, descobrir genes-chaves na bactéria responsável pela tuberculose, os quais permitem a este agente adaptar-se ao o homem para infectá-lo. A bactéria pode se esconder nas células humanas e permanecer inativa durante anos.

Embora o chip de DNA ofereça promessas ilimitadas, pesquisadores afirmam que a análise dos dados ainda deve ser melhorada. Eles sugerem o armazenamento e a distribuição das informações em bancos de dados, como bibliotecas que todos os cientistas do mundo possam consultar.
 

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