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10/03/2003
-
11h45
Um novo telescópio europeu, que será ativado neste mês no mar Mediterrâneo a 2.400 metros de profundidade, pretende ajudar os cientistas a entenderem o Universo pela observação de partículas elementares, os neutrinos.
Os neutrinos bombardeiam a Terra e a atravessam, sem deixar vestígios. "Alguns deles, chamados de alta energia, vêm dos confins do Universo, de núcleos de estrelas, pulsares, supernovas e buracos negros", explica o pesquisador John Carr, do Centro de Física das Partículas de Marselha (sul da França).
Desde a década de 70, os cientistas buscam informações sobre essas partículas. Porém, a observação é uma tarefa complexa, já que raramente interagem com a matéria.
Quando um neutrino se choca com um átomo de matéria, transforma-se em outra partícula, o múon, portadora de uma carga elétrica que, debaixo d'água, produz um raio luminoso. O chamado "efeito Cherenkov" pode ser medido graças a fotomultiplicadores.
Depois das primeiras experiências realizadas no fundo das minas (para eliminar os raios cósmicos "parasitas"), realizadas a partir de 1993, cientistas russos instalaram captores no fundo do lago Baikal _logo depois, os norte-americanos fizeram o mesmo sob o gelo da Antártida.
Os europeus iniciaram pesquisas na área em 1996 com o projeto Antares, dirigido pelo Centro de Física das Partículas de Marselha e a Comissão francesa de Energia Atômica. Além da França, outros seis países (Itália, Holanda, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Rússia) participam nos estudos.
Segundo Carr, o telescópio europeu "será dez vezes mais preciso" que os instrumentos existentes.
A existência de neutrinos foi formulada em 1931 pelo austríaco Wolfgang Pauli, que obteve o Prêmio Nobel em 1945, e foi demonstrada 25 anos mais tarde pelo americano Frederick Reines, Prêmio Nobel em 1995. O americano Raymond David e o japonês Masatoshi Koshiba receberam também o Nobel em 2002, por seus trabalhos sobre a detecção de neutrinos cósmicos.
Europeus estréiam detector de neutrinos no fundo do Mediterrâneo
da France Presse, em La Seyne-Sur-Mer (França)Um novo telescópio europeu, que será ativado neste mês no mar Mediterrâneo a 2.400 metros de profundidade, pretende ajudar os cientistas a entenderem o Universo pela observação de partículas elementares, os neutrinos.
Os neutrinos bombardeiam a Terra e a atravessam, sem deixar vestígios. "Alguns deles, chamados de alta energia, vêm dos confins do Universo, de núcleos de estrelas, pulsares, supernovas e buracos negros", explica o pesquisador John Carr, do Centro de Física das Partículas de Marselha (sul da França).
Desde a década de 70, os cientistas buscam informações sobre essas partículas. Porém, a observação é uma tarefa complexa, já que raramente interagem com a matéria.
Quando um neutrino se choca com um átomo de matéria, transforma-se em outra partícula, o múon, portadora de uma carga elétrica que, debaixo d'água, produz um raio luminoso. O chamado "efeito Cherenkov" pode ser medido graças a fotomultiplicadores.
Depois das primeiras experiências realizadas no fundo das minas (para eliminar os raios cósmicos "parasitas"), realizadas a partir de 1993, cientistas russos instalaram captores no fundo do lago Baikal _logo depois, os norte-americanos fizeram o mesmo sob o gelo da Antártida.
Os europeus iniciaram pesquisas na área em 1996 com o projeto Antares, dirigido pelo Centro de Física das Partículas de Marselha e a Comissão francesa de Energia Atômica. Além da França, outros seis países (Itália, Holanda, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Rússia) participam nos estudos.
Segundo Carr, o telescópio europeu "será dez vezes mais preciso" que os instrumentos existentes.
A existência de neutrinos foi formulada em 1931 pelo austríaco Wolfgang Pauli, que obteve o Prêmio Nobel em 1945, e foi demonstrada 25 anos mais tarde pelo americano Frederick Reines, Prêmio Nobel em 1995. O americano Raymond David e o japonês Masatoshi Koshiba receberam também o Nobel em 2002, por seus trabalhos sobre a detecção de neutrinos cósmicos.
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