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28/03/2003 - 17h49

Separação entre soja natural e transgênica é impasse em Brasília

PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O governo ainda não sabe como vai separar a safra de soja transgênica daquela que não foi geneticamente modificada como prevê a medida provisória publicada ontem. A execução das determinações da Medida Provisória sobre a soja transgênica será debatida na próxima semana com representantes dos setores público, entidades de classe e o setor privado.

Segundo o secretário-executivo do ministério da Agricultura, José Amauri Dimárzio, o governo ainda não levantou se há número suficiente de kits de testes para identificar a soja transgênica. O governo também não tem levantamentos sobre a capacidade de armazenagem do produto transgênico separado do restante da safra.

Mesmo com a importação de novos kits, o governo descarta a possibilidade de realizar testes que meçam a quantidade de produto transgênico. O secretário informou hoje que apenas um laboratório no país realiza esse tipo de análise, que custa R$ 800 --o teste simples custa R$ 13.

A MP estabelece que o produto deverá ser rotulado como transgênico independentemente da porcentagem geneticamente modificada. Diante disso, e da possibilidade de contaminação da soja natural em armazéns, Dimárzio admitiu que boa parte da safra brasileira deste ano poderá ser caracterizada como transgênica.

O governo ainda não sabe quem vai pagar a conta desses testes. O problema é que a MP instituiu a obrigatoriedade dessas análises para comprovar que não se trata de soja geneticamente modificada, o que acabou penalizando os produtores que não produziram o grão ilegalmente.

O secretário justificou, no entanto, a necessidade de uma solução para escoar a safra transgênica para a edição da MP. Ele considerou "um drama maior" a possibilidade de o país queimar entre 5 milhões e 6 milhões de toneladas de soja enquanto milhares de pessoas passam fome.
 

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