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03/04/2003
-
11h00
da Folha de S.Paulo
O engenheiro civil Luiz Bevilacqua, 66, foi empossado ontem como presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. Bevilacqua prometeu revisão extensa do projeto de participação brasileira na ISS (Estação Espacial Internacional).
"Temos de rever esse programa e qual seria o benefício para o país", diz Bevilacqua. "É um projeto que tem se mostrado caro, e há um questionamento da própria comunidade científica e tecnológica sobre os benefícios que isso pode trazer para o país."
O Brasil havia assumido o compromisso de gastar US$ 120 milhões no projeto, em troca de espaço para experimentos nacionais nos ônibus espaciais e na estação, além do treinamento de um astronauta. O acordo foi assinado em 1997 e o major-aviador Marcos César Pontes iniciou sua preparação no Centro Espacial Johnson, da Nasa, um ano depois.
Como aconteceu com o restante do projeto, os custos da parte brasileira foram subestimados e, no ano passado, o então ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, enviou uma carta à agência espacial americana indicando a impossibilidade de cumprir o fornecimento das peças no prazo estipulado.
Iniciaram-se então discussões para rever a participação brasileira, processo que ainda está em andamento. Mas a nova administração da AEB pretende intensificar essa revisão levando em conta a relação entre custo e benefício. "Mas repare que a agência não é independente nesse projeto. Isso será feito com o MCT."
Como vai ficar, ninguém sabe. "Eu acho que todas as opções estão abertas." Mas o Brasil não deve abandonar o programa: "Isso seria uma decisão muito drástica. Já houve investimento. Precisa ser negociado. Sem paixões, sem pressa, mas o interesse do país tem de ser levado em conta".
Com relação à exploração comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (MA), Bevilacqua não teme pela recente posição do governo Lula de reavaliar o acordo de salvaguardas tecnológicas Brasil-EUA que abriria o mercado americano de satélites ao país. "Há outros mercados, mais modestos, que poderíamos atingir, como Ucrânia e Israel."
Ele considera como principais prioridades da AEB, hoje, o apoio ao VLS (Veículo Lançador de Satélite) e a programas de satélites.
Antes de assumir a agência, Bevilacqua foi pesquisador da UFRJ e da PUC do Rio de Janeiro, secretário-geral do MCT e diretor do CNPq, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
Agência vai rever participação do Brasil na ISS, diz novo presidente
SALVADOR NOGUEIRAda Folha de S.Paulo
O engenheiro civil Luiz Bevilacqua, 66, foi empossado ontem como presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. Bevilacqua prometeu revisão extensa do projeto de participação brasileira na ISS (Estação Espacial Internacional).
"Temos de rever esse programa e qual seria o benefício para o país", diz Bevilacqua. "É um projeto que tem se mostrado caro, e há um questionamento da própria comunidade científica e tecnológica sobre os benefícios que isso pode trazer para o país."
O Brasil havia assumido o compromisso de gastar US$ 120 milhões no projeto, em troca de espaço para experimentos nacionais nos ônibus espaciais e na estação, além do treinamento de um astronauta. O acordo foi assinado em 1997 e o major-aviador Marcos César Pontes iniciou sua preparação no Centro Espacial Johnson, da Nasa, um ano depois.
Como aconteceu com o restante do projeto, os custos da parte brasileira foram subestimados e, no ano passado, o então ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, enviou uma carta à agência espacial americana indicando a impossibilidade de cumprir o fornecimento das peças no prazo estipulado.
Iniciaram-se então discussões para rever a participação brasileira, processo que ainda está em andamento. Mas a nova administração da AEB pretende intensificar essa revisão levando em conta a relação entre custo e benefício. "Mas repare que a agência não é independente nesse projeto. Isso será feito com o MCT."
Como vai ficar, ninguém sabe. "Eu acho que todas as opções estão abertas." Mas o Brasil não deve abandonar o programa: "Isso seria uma decisão muito drástica. Já houve investimento. Precisa ser negociado. Sem paixões, sem pressa, mas o interesse do país tem de ser levado em conta".
Com relação à exploração comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (MA), Bevilacqua não teme pela recente posição do governo Lula de reavaliar o acordo de salvaguardas tecnológicas Brasil-EUA que abriria o mercado americano de satélites ao país. "Há outros mercados, mais modestos, que poderíamos atingir, como Ucrânia e Israel."
Ele considera como principais prioridades da AEB, hoje, o apoio ao VLS (Veículo Lançador de Satélite) e a programas de satélites.
Antes de assumir a agência, Bevilacqua foi pesquisador da UFRJ e da PUC do Rio de Janeiro, secretário-geral do MCT e diretor do CNPq, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
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