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08/04/2003
-
10h30
Panayiotis Zavos, o pesquisador aposentado cipriota-americano que já colaborou com o médico italiano Severino Antinori no projeto de produzir clones humanos, publicou artigo afirmando que obteve sozinho um clone -fora dos EUA, mas sem dizer onde. Após deixar que se desenvolvesse até o estágio de 8-10 células, Zavos o teria congelado.
A técnica foi a de transferência nuclear, a mesma usada para fabricar a ovelha Dolly. Zavos diz ter fundido o óvulo de uma doadora, desprovido de seu núcleo, com uma célula da granulosa (camada que reveste o oócito, ou óvulo). Se o embrião fosse implantado num útero e nascesse, seria um clone dessa mulher.
O artigo de apenas 1.280 palavras saiu na publicação "Reproductive BioMedicine Online" (www.rbmonline.com), editada por Robert Edwards, criador do primeiro bebê de proveta do mundo, em 1978. Dedica mais espaço descrevendo experimentos de fusão de células humanas com óvulos de vaca desnucleados do que para detalhar o experimento propriamente humano.
A economia de informações foi criticada na mesma "RBM Online" por Azim Surani, do Instituto de Pesquisa do Câncer do Wellcome Trust (Reino Unido). "Não estou absolutamente convencido de que [o trabalho] contenha informação suficiente para tirar quaisquer conclusões válidas", escreveu Surani.
"Os autores sustentam que um artigo completo será publicado. O artigo atual é um tratamento superficial de um assunto difícil, que carece de atenção para os detalhes e, como tal, cria uma falsa impressão sobre o estado do conhecimento e da eficiência do procedimento."
Edwards, que como Zavos diz acreditar que a resistência contra a clonagem reprodutiva de humanos será vencida, assina um comentário elogiando o cipriota-americano (aposentado pela Universidade do Kentucky, EUA) por sua franqueza: "Essa abertura é bem-vinda e oportuna, especialmente porque tanto segredo tem caracterizado esse campo".
"Esse é, até onde tenho conhecimento, o primeiro relato formal de passos na direção desse objetivo [clonagem reprodutiva]", afirma Edwards na revista que edita. "Nunca tendo ocultado suas intenções, Zavos apresenta dados breves de sua abordagem da clonagem humana pela utilização de métodos aparentemente compatíveis com a clonagem de certas espécies animais."
Além de Zavos, somente Antinori e a empresa Clonaid (ligada à seita dos raelianos) afirma ter produzido clones humanos. No caso da Clonaid, três já teriam até mesmo nascido -sem que tenha sido apresentada prova científica da proeza biotecnológica.
Pesquisador diz ter um embrião clonado, mas dá poucos detalhes
da Folha de S.PauloPanayiotis Zavos, o pesquisador aposentado cipriota-americano que já colaborou com o médico italiano Severino Antinori no projeto de produzir clones humanos, publicou artigo afirmando que obteve sozinho um clone -fora dos EUA, mas sem dizer onde. Após deixar que se desenvolvesse até o estágio de 8-10 células, Zavos o teria congelado.
A técnica foi a de transferência nuclear, a mesma usada para fabricar a ovelha Dolly. Zavos diz ter fundido o óvulo de uma doadora, desprovido de seu núcleo, com uma célula da granulosa (camada que reveste o oócito, ou óvulo). Se o embrião fosse implantado num útero e nascesse, seria um clone dessa mulher.
O artigo de apenas 1.280 palavras saiu na publicação "Reproductive BioMedicine Online" (www.rbmonline.com), editada por Robert Edwards, criador do primeiro bebê de proveta do mundo, em 1978. Dedica mais espaço descrevendo experimentos de fusão de células humanas com óvulos de vaca desnucleados do que para detalhar o experimento propriamente humano.
A economia de informações foi criticada na mesma "RBM Online" por Azim Surani, do Instituto de Pesquisa do Câncer do Wellcome Trust (Reino Unido). "Não estou absolutamente convencido de que [o trabalho] contenha informação suficiente para tirar quaisquer conclusões válidas", escreveu Surani.
"Os autores sustentam que um artigo completo será publicado. O artigo atual é um tratamento superficial de um assunto difícil, que carece de atenção para os detalhes e, como tal, cria uma falsa impressão sobre o estado do conhecimento e da eficiência do procedimento."
Edwards, que como Zavos diz acreditar que a resistência contra a clonagem reprodutiva de humanos será vencida, assina um comentário elogiando o cipriota-americano (aposentado pela Universidade do Kentucky, EUA) por sua franqueza: "Essa abertura é bem-vinda e oportuna, especialmente porque tanto segredo tem caracterizado esse campo".
"Esse é, até onde tenho conhecimento, o primeiro relato formal de passos na direção desse objetivo [clonagem reprodutiva]", afirma Edwards na revista que edita. "Nunca tendo ocultado suas intenções, Zavos apresenta dados breves de sua abordagem da clonagem humana pela utilização de métodos aparentemente compatíveis com a clonagem de certas espécies animais."
Além de Zavos, somente Antinori e a empresa Clonaid (ligada à seita dos raelianos) afirma ter produzido clones humanos. No caso da Clonaid, três já teriam até mesmo nascido -sem que tenha sido apresentada prova científica da proeza biotecnológica.
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