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09/04/2003
-
10h00
O geneticista americano James Watson, 75, um dos descobridores da estrutura do DNA, voltou a causar polêmica ao afirmar que os governantes não devem se intrometer nas decisões de cada pessoa sobre o que fazer com os próprios genes -inclusive nos casos de manipulação do DNA humano para criar bebês "sob medida".
"Somos o produto dos nossos genes. Ninguém tem o direito de tomar conta de nós ou de nos impor regras sobre como agir, exceto nós mesmos", disse Watson durante a conferência mundial de ciências da vida BioVision, em Lyon, na França.
"Não concordo que a sociedade imponha regras aos indivíduos sobre como usar seu conhecimento genético. Somos multiculturais demais para dizer que sabemos como outras pessoas devem se comportar. O Estado deveria ficar fora da genética."
Outro ganhador do Nobel (em 2002), o britânico Paul Nurse, contestou Watson. "A sociedade toda tem um papel na discussão desses problemas. Não se trata só de jogar a informação e deixar que os indivíduos decidam."
Para Watson, não há nada de errado com a idéia de uma seleção de características mais ou menos desejáveis nos bebês por parte dos pais. "A civilização consiste em dar às pessoas o direito de tentar melhorar as coisas. Estaremos indo contra a natureza humana se dissermos que não podemos melhorá-las", afirmou.
O cientista, vencedor do Nobel de 1962 por sua descoberta da estrutura em dupla hélice do DNA ao lado do britânico Francis Crick, mostrou algumas dúvidas em relação à clonagem reprodutiva, em especial quanto à segurança e utilidade do processo em seres humanos.
"Você poderia criar uma proibição para a clonagem múltipla. Um bando de 50 indivíduos iguais em Londres seria estranho", pondera.
No futuro, contudo, a clonagem poderia se tornar uma opção para casais estéreis que quisessem ter certeza da inteligência de seus filhos. Ao contrário da maioria dos geneticistas, Watson diz que a inteligência é hereditária e que a burrice é uma doença genética.
Descobridor da estrutura do DNA quer Estado fora da genética
da Folha de S.PauloO geneticista americano James Watson, 75, um dos descobridores da estrutura do DNA, voltou a causar polêmica ao afirmar que os governantes não devem se intrometer nas decisões de cada pessoa sobre o que fazer com os próprios genes -inclusive nos casos de manipulação do DNA humano para criar bebês "sob medida".
"Somos o produto dos nossos genes. Ninguém tem o direito de tomar conta de nós ou de nos impor regras sobre como agir, exceto nós mesmos", disse Watson durante a conferência mundial de ciências da vida BioVision, em Lyon, na França.
"Não concordo que a sociedade imponha regras aos indivíduos sobre como usar seu conhecimento genético. Somos multiculturais demais para dizer que sabemos como outras pessoas devem se comportar. O Estado deveria ficar fora da genética."
Outro ganhador do Nobel (em 2002), o britânico Paul Nurse, contestou Watson. "A sociedade toda tem um papel na discussão desses problemas. Não se trata só de jogar a informação e deixar que os indivíduos decidam."
Para Watson, não há nada de errado com a idéia de uma seleção de características mais ou menos desejáveis nos bebês por parte dos pais. "A civilização consiste em dar às pessoas o direito de tentar melhorar as coisas. Estaremos indo contra a natureza humana se dissermos que não podemos melhorá-las", afirmou.
O cientista, vencedor do Nobel de 1962 por sua descoberta da estrutura em dupla hélice do DNA ao lado do britânico Francis Crick, mostrou algumas dúvidas em relação à clonagem reprodutiva, em especial quanto à segurança e utilidade do processo em seres humanos.
"Você poderia criar uma proibição para a clonagem múltipla. Um bando de 50 indivíduos iguais em Londres seria estranho", pondera.
No futuro, contudo, a clonagem poderia se tornar uma opção para casais estéreis que quisessem ter certeza da inteligência de seus filhos. Ao contrário da maioria dos geneticistas, Watson diz que a inteligência é hereditária e que a burrice é uma doença genética.
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