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09/04/2003 - 10h58

Casal obtém o direito de escolher embrião para salvar filho

da Folha de S.Paulo

Um casal de britânicos que quer ter um "bebê sob medida" para que um transplante de células dele salve seu outro filho ganhou anteontem a aprovação do Tribunal de Apelações do Reino Unido para realizar o procedimento.

Raj e Shahana Hashmi, que vivem em Leeds, norte da Inglaterra, disseram estar "absolutamente emocionados" com a decisão do tribunal, que derrubou sentença da Alta Corte barrando o tratamento. Não cabe mais recurso.

"Dissemos o tempo todo que o centro do problema é nosso filho [Zain, 4", um menino que está sofrendo muito. Estamos felizes porque esse caso abre portas para outras famílias que estão sofrendo", disse Shahana Hashmi.

Espera-se que o casal recomece o tratamento na clínica de fertilidade do Hospital Park, em Nottingham. As duas primeiras tentativas falharam, e eles estavam prestes a fazer a terceira quando o grupo de pressão Core (Crítica de Ética Reprodutiva, na sigla em inglês) ganhou a ação contra o casal na Alta Corte em dezembro.

Para os magistrados, a Autoridade em Fertilização e Embriologia Humanas (HFEA), que anteriormente havia dado permissão à família Hashmi, não tinha o direito de autorizar o tratamento, que abriria um precedente para a criação de "bebês sob medida" por outros motivos.

Zain sofre de uma doença genética chamada talassemia beta, que impede o organismo de produzir glóbulos vermelhos normais do sangue. Ele precisa de transfusões regularmente, mas não será capaz de viver normalmente a menos que receba um transplante de medula óssea ou de células-tronco do sangue, capazes de induzir a fabricação correta de glóbulos vermelhos.

A busca por doadores para o menino se revelou infrutífera, e nenhum de seus quatro irmãos é geneticamente compatível com ele para ajudar no tratamento. Por isso, seus pais vão usar técnicas de fertilização in vitro para escolher um embrião que seja compatível. O bebê doará células do cordão umbilical para o irmão.

Bioeticistas do Reino Unido aprovaram a decisão do Tribunal de Apelações: "Eles tomaram a decisão certa ao permitir que o teste aconteça para salvar a vida de Zain Hashmi", disse Vivienne Nathanson, porta-voz de ética da Associação Médica Britânica.

Josephine Quintavalle, do Core, condenou a permissão. "Há questões sérias em jogo aqui, e dessa perspectiva [a decisão] é uma derrota para a sociedade", afirmou a militante antiaborto.

Com agências internacionais
 

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