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18/06/2003 - 10h15

Médicos dos EUA apóiam clonagem humana para fins terapêuticos

da Folha Online

A maior organização médica dos Estados Unidos é favorável à clonagem humana para pesquisa terapêutica, embora condene a utilização do processo simplesmente para reprodução da espécie.

A AMA (Associação Médica Americana) aprovou ontem resolução que oferece referências para médicos e pesquisadores que apóiam a idéia da clonagem terapêutica e querem participar da criação de células-tronco para pesquisa.

"É realmente uma referência, em ciência e em ética. Não podemos ficar calados [em relação à clonagem humana]", disse o doutor Michael Goldrich, novo presidente do comitê de ética da AMA, que escreveu a resolução.

Clonagem vs. clonagem

A AMA, que se reúne em Chicago esta semana, procura esclarecer as diferenças entre a clonagem para a pesquisa de células-tronco e para a reprodução humana. A clonagem terapêutica envolve a criação de embriões para a obtenção de células-tronco.

As células-tronco são encontradas nos embriões no início de seu desenvolvimento, mas também na medula óssea ou em outras áreas do corpo com alta produção de novas unidades celulares. Elas podem ser definidas como células em potencial: são capazes de se diferenciar em células maduras de praticamente qualquer tecido (muscular, epitelial ou nervoso).

Mas usar a clonagem para fazer "cópias" de seres humanos tem riscos --científicos e éticos-- que poucos médicos ainda estão dispostos a enfrentar.

Lobby e verba federal

Pesquisas que envolvam a clonagem terapêutica não têm verbas do governo federal nos EUA. Além disso, a Câmara dos Deputados norte-americana votou a favor da proibição de todas as formas de clonagem humana --inclusive a terapêutica-- pela segunda vez no início desse ano.

O presidente George W. Bush, que autorizou o repasse de verba federal para pesquisa com linhagens preexistentes de células-tronco, apóia essa lei da Câmara. Mas o Senado dos EUA não aprovou legislação semelhante.

"Esse [documento] é um lobby da AMA para pressionar o governo dos EUA a reverter sua política", afirma David Bleich, rabino e professor de bioética na Escola de Direito Cardozo, de Nova York.

Tecido ou vida humana

Alguns especialistas argumentam que as linhas anteriores de células-tronco são inadequadas e caras demais para as pesquisas e que a legislação atual retarda caminhos promissores para a ciência.

"A legislação que existe hoje anula a criatividade", diz Jaime Griffo, especialista em reprodução humana e professor da Escola Médica de Nova York. "E é totalmente baseada na política do aborto, não na ciência."

Grupos religiosos e desfavoráveis ao aborto dizem que cada embrião utilizado para pesquisa com células-tronco é uma vida, não apenas um "tecido" humano.

Com agências internacionais
 

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