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19/06/2003
-
17h20
Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) desenvolveram uma embalagem "comestível" a partir de farinha de amaranto, planta comum na América Latina e conhecida desde a era pré-colombiana.
A idéia é substituir as tradicionais embalagens de plástico sintético, que protegem seu conteúdo, mas causam sérios problemas ao ambiente por não serem biodegradáveis.
O biofilme comestível foi criado no Laboratório de Engenharia de Processos da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) e rendeu uma dissertação de mestrado a Delia Rita Tapia Blácido e Eliane Colla, orientadas pela professora Florência Cecília Menegalli e pelo professor Paulo Sobral, da USP de Pirrassununga.
Nutritivo (não só o conteúdo)
Peruana, Rita está acostumada ao uso do amaranto na alimentação. "Lá utilizamos como cereal no café da manhã", afirma. Trata-se de um produto barato, com grande concentração de proteinas e carboidratos. Com isso, além de desenvolver um filme inofensivo ao ambiente, a equipe também conseguiu uma embalagem nutritiva.
Mas há desafios: fazer com que o material tenha propriedades equivalentes às das embalagens comuns. "Os plásticos sintéticos têm a vantagem da resistência mecânica, ou seja, protegem muito bem o produto", afirma Menegalli. No caso dos biodegradáveis, explica a cientista, a resistência é menor, e a solubilidade, muito maior.
No entanto os biofilmes à base de amaranto têm excelentes propriedades de barreira à umidade e à migração de solutos importantes para a conservação dos alimentos.
Próximos passos
Justamente neste item é que Rita prossegue com a pesquisa. Ela pretende adicionar outros bio-polímeros à farinha de amaranto com a finalidade de melhorar a resistência mecânica. Colla, sua colega, trabalha com a adição de lipídeos com a finalidade de conseguir melhorar as propriedades de barreira.
Uma das sugestões para o uso do biofilme é a cobertura da superfície dos alimentos. Menegalli cita como exemplo frutas perecíveis, como morangos. "A embalagem pode até aumentar a vida útil do produto na prateleira, pois há possibilidade de incorporar agentes anti-microbianos na própria embalagem."
Considerado alimento sagrado para os povos maias, astecas e incas, o amaranto há muito é objeto de estudo de cientistas de todo o mundo. Seus grãos chamam atenção pelo alto conteúdo de proteínas (15%), gorduras e minerais.
Com Agência Brasil
Unicamp cria embalagem comestível com farinha vegetal
da Folha OnlinePesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) desenvolveram uma embalagem "comestível" a partir de farinha de amaranto, planta comum na América Latina e conhecida desde a era pré-colombiana.
A idéia é substituir as tradicionais embalagens de plástico sintético, que protegem seu conteúdo, mas causam sérios problemas ao ambiente por não serem biodegradáveis.
O biofilme comestível foi criado no Laboratório de Engenharia de Processos da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) e rendeu uma dissertação de mestrado a Delia Rita Tapia Blácido e Eliane Colla, orientadas pela professora Florência Cecília Menegalli e pelo professor Paulo Sobral, da USP de Pirrassununga.
Nutritivo (não só o conteúdo)
Peruana, Rita está acostumada ao uso do amaranto na alimentação. "Lá utilizamos como cereal no café da manhã", afirma. Trata-se de um produto barato, com grande concentração de proteinas e carboidratos. Com isso, além de desenvolver um filme inofensivo ao ambiente, a equipe também conseguiu uma embalagem nutritiva.
Mas há desafios: fazer com que o material tenha propriedades equivalentes às das embalagens comuns. "Os plásticos sintéticos têm a vantagem da resistência mecânica, ou seja, protegem muito bem o produto", afirma Menegalli. No caso dos biodegradáveis, explica a cientista, a resistência é menor, e a solubilidade, muito maior.
No entanto os biofilmes à base de amaranto têm excelentes propriedades de barreira à umidade e à migração de solutos importantes para a conservação dos alimentos.
Próximos passos
Justamente neste item é que Rita prossegue com a pesquisa. Ela pretende adicionar outros bio-polímeros à farinha de amaranto com a finalidade de melhorar a resistência mecânica. Colla, sua colega, trabalha com a adição de lipídeos com a finalidade de conseguir melhorar as propriedades de barreira.
Uma das sugestões para o uso do biofilme é a cobertura da superfície dos alimentos. Menegalli cita como exemplo frutas perecíveis, como morangos. "A embalagem pode até aumentar a vida útil do produto na prateleira, pois há possibilidade de incorporar agentes anti-microbianos na própria embalagem."
Considerado alimento sagrado para os povos maias, astecas e incas, o amaranto há muito é objeto de estudo de cientistas de todo o mundo. Seus grãos chamam atenção pelo alto conteúdo de proteínas (15%), gorduras e minerais.
Com Agência Brasil
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