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25/07/2003
-
13h45
da Folha Online
No dia 25 de julho de 1978, nasceu em Cambridge, no Reino Unido, Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo. Seu nascimento revolucionou a medicina reprodutiva e abriu caminho para milhares de casais com problemas de fertilidade.
A técnica foi criada em 1978, quando os médicos Patrick Steptoe e Robert G. Edwards misturaram óvulos de uma mulher com obstrução nas trompas, Lesley Jones, com os espermatozóides do marido, o motorista de caminhão John Brown.
A fertilização aconteceu em uma estufa, que imitava as condições encontradas no útero, onde embriões se desenvolveram. Alguns foram transplantados para Jones, com chances de apenas 5% de crescimento. De um dos embriões, nasceu Louise.
O avanço da técnica transformou a fertilização artificial em um método mais seguro e menos invasivo. A partir de 1983, os óvulos são retirados por aspiração, e não mais em uma cirurgia. Em 1992, surge na Bélgica a ICSI, ou injeção intracitoplasmática no útero, que introduz o espermatozóide no núcleo do óvulo e auxilia homens com baixa qualidade ou quantidade de sêmen.
"A partir do nascimento de Brown houve o desenvolvimento tanto da cultura quanto dos medicamentos", disse o especialista Roger Abdelmassih à Folha Online.
A taxa de sucesso passou de 5% para 20% --nas mulheres entre 30 e 35 anos o índice chega a 40%, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde). Hoje, um cada quatro casais estéreis são beneficiados pela reprodução assistida. Segundo Edwards, um milhão de crianças são frutos da fertilização artificial em todo o mundo.
"Se você me dissesse em 1979 que haveria um milhão de bebês hoje, eu não acreditaria, pois apenas um em cada 20 pacientes era atendido", afirmou o especialista Alan Trounson, de um dos principais centros de reprodução humana do mundo, o Instituto Monash, na Austrália.
Futuro
Para Abdelmassih, o próximo desafio a ser vencido é obter 50% de taxa de sucesso com a implantação de apenas um embrião na mulher. Ele também cita a criação de óvulos e espermatozóides, a partir de células comuns, diplóides, e estudos de embriões clonados. "Há muito a ser feito", disse.
Para especialistas, todos os casos serão resolvidos nas próximas décadas, inclusive homens que não produzem esperma ou mulheres sem óvulos. Um dos ramos mais promissores é a pesquisa de células-tronco, capazes de gerar qualquer tecido humano, esperança para driblar o relógio biológico.
"No futuro poderemos pegar as células e construir o equivalente a esperma e óvulos", disse o cientista australiano. "Isso é teoricamente possível."
Com agências internacionais
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CRISTINA AMORIMda Folha Online
No dia 25 de julho de 1978, nasceu em Cambridge, no Reino Unido, Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo. Seu nascimento revolucionou a medicina reprodutiva e abriu caminho para milhares de casais com problemas de fertilidade.
Reprodução |
Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo |
A fertilização aconteceu em uma estufa, que imitava as condições encontradas no útero, onde embriões se desenvolveram. Alguns foram transplantados para Jones, com chances de apenas 5% de crescimento. De um dos embriões, nasceu Louise.
O avanço da técnica transformou a fertilização artificial em um método mais seguro e menos invasivo. A partir de 1983, os óvulos são retirados por aspiração, e não mais em uma cirurgia. Em 1992, surge na Bélgica a ICSI, ou injeção intracitoplasmática no útero, que introduz o espermatozóide no núcleo do óvulo e auxilia homens com baixa qualidade ou quantidade de sêmen.
"A partir do nascimento de Brown houve o desenvolvimento tanto da cultura quanto dos medicamentos", disse o especialista Roger Abdelmassih à Folha Online.
A taxa de sucesso passou de 5% para 20% --nas mulheres entre 30 e 35 anos o índice chega a 40%, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde). Hoje, um cada quatro casais estéreis são beneficiados pela reprodução assistida. Segundo Edwards, um milhão de crianças são frutos da fertilização artificial em todo o mundo.
"Se você me dissesse em 1979 que haveria um milhão de bebês hoje, eu não acreditaria, pois apenas um em cada 20 pacientes era atendido", afirmou o especialista Alan Trounson, de um dos principais centros de reprodução humana do mundo, o Instituto Monash, na Austrália.
Futuro
Para Abdelmassih, o próximo desafio a ser vencido é obter 50% de taxa de sucesso com a implantação de apenas um embrião na mulher. Ele também cita a criação de óvulos e espermatozóides, a partir de células comuns, diplóides, e estudos de embriões clonados. "Há muito a ser feito", disse.
Para especialistas, todos os casos serão resolvidos nas próximas décadas, inclusive homens que não produzem esperma ou mulheres sem óvulos. Um dos ramos mais promissores é a pesquisa de células-tronco, capazes de gerar qualquer tecido humano, esperança para driblar o relógio biológico.
"No futuro poderemos pegar as células e construir o equivalente a esperma e óvulos", disse o cientista australiano. "Isso é teoricamente possível."
Com agências internacionais
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