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20/08/2003
-
11h43
A extração da água mais pura do mundo, retida em um lago subterrâneo da Antártida, poderia gerar uma explosão semelhante, em grande escala, à abertura de uma lata de refrigerante, advertiram os cientistas.
O lago Vostok está aprisionado há 15 milhões de anos sob quatro quilômetros de gelo, onde a água está protegida do ar e da luz sob a enorme pressão da camada glacial. Com 14 mil km2, situado a 1.300 quilômetros do pólo Sul, ele é um dos maiores do planeta e desperta grande interesse dos cientistas.
Apesar da oposição dos ecologistas, que temem que a perfuração acarrete sua destruição, os cientistas russos tentam cortar o gelo até a superfície do lago. Em 1994, eles detectaram a existência do lago, tão vasto como o de Ontário e quatro vezes mais profundo. Até agora, perfuraram 3.623 metros e localizam-se a algumas centenas de metros da água.
Pesquisadores americanos se interessam também pela perfuração, pois querem saber se existem formas de vida em condições tão extremas.
Consequências
O projeto se deparou com a objeção de um artigo publicado no último número do jornal do centro de pesquisa geofísica, sediado nos Estados Unidos. Nele, o cientista Chris McKay, da Nasa (agência espacial norte-americana), afirma que é preciso muita prudência nas perfurações no Vostok, devido à forte concentração de gás no lago.
Este gás "pode gerar uma violenta erupção se a água for trazida à superfície", escreveu. "A concentração de nitrogênio e oxigênio na água do lago é mais ou menos a mesma que a contida em uma lata de Coca-Cola fechada (onde o gás é CO2)."
McKay também esclarece que o estado atual das pesquisas demonstra que os percentuais de oxigênio no lago são 50 vezes superiores aos que se encontram habitualmente em outros lagos comuns.
Segundo essas pesquisas, os organismos vivos no Vostok seguramente evoluem de maneira específica para adaptar-se às condições extremas por meio de uma forte concentração de enzimas protetoras.
Especial
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Perfuração de lago na Antártida pode causar explosão de gás
da France Presse, em AucklandA extração da água mais pura do mundo, retida em um lago subterrâneo da Antártida, poderia gerar uma explosão semelhante, em grande escala, à abertura de uma lata de refrigerante, advertiram os cientistas.
O lago Vostok está aprisionado há 15 milhões de anos sob quatro quilômetros de gelo, onde a água está protegida do ar e da luz sob a enorme pressão da camada glacial. Com 14 mil km2, situado a 1.300 quilômetros do pólo Sul, ele é um dos maiores do planeta e desperta grande interesse dos cientistas.
Apesar da oposição dos ecologistas, que temem que a perfuração acarrete sua destruição, os cientistas russos tentam cortar o gelo até a superfície do lago. Em 1994, eles detectaram a existência do lago, tão vasto como o de Ontário e quatro vezes mais profundo. Até agora, perfuraram 3.623 metros e localizam-se a algumas centenas de metros da água.
Pesquisadores americanos se interessam também pela perfuração, pois querem saber se existem formas de vida em condições tão extremas.
Consequências
O projeto se deparou com a objeção de um artigo publicado no último número do jornal do centro de pesquisa geofísica, sediado nos Estados Unidos. Nele, o cientista Chris McKay, da Nasa (agência espacial norte-americana), afirma que é preciso muita prudência nas perfurações no Vostok, devido à forte concentração de gás no lago.
Este gás "pode gerar uma violenta erupção se a água for trazida à superfície", escreveu. "A concentração de nitrogênio e oxigênio na água do lago é mais ou menos a mesma que a contida em uma lata de Coca-Cola fechada (onde o gás é CO2)."
McKay também esclarece que o estado atual das pesquisas demonstra que os percentuais de oxigênio no lago são 50 vezes superiores aos que se encontram habitualmente em outros lagos comuns.
Segundo essas pesquisas, os organismos vivos no Vostok seguramente evoluem de maneira específica para adaptar-se às condições extremas por meio de uma forte concentração de enzimas protetoras.
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