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Ministro
exagera no otimismo ao falar de emprego
Cristina
Mori e Rodrigo Zavala
Equipe GD
A previsão
do ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, de que serão
criadas 10 milhões de empregos no Brasil até 2003, está distante
da realidade do país.
O ministro afirmou, na semana passada, que a meta apontada
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
para os próximos três anos - de 8,5 milhões de novos postos
- deve ser superada.
O otimismo pode ser explicado pelo fato de que, nos últimos
três meses, foram abertas 1 milhão de vagas no Brasil, de
acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados).
Para o economista Márcio Pochmann, a estimativa do ministro
é tecnicamente inviável. A criação de 10 milhões de postos
de trabalho requer um crescimento do PIB (Produto Interno
Bruto) de, no mínimo, 11% ao ano, para que sejam abertas 3,5
milhões de vagas a cada 12 meses.
Projeções de bancos e consultorias divulgados na semana passada
afirmam que o PIB brasileiro deverá se expandir entre 11,8%
e 12,9% entre 2000 e 2002 - no acumulado dos três anos.
Sem um alto crescimento do PIB, Pochmann aponta dois fatores
que poderiam levar à concretização da estimativa do ministro.
Um deles seria a redução da jornada de trabalho para 30 horas
semanais, o que parece improvável. Outra possibilidade seria
a ampliação do emprego público.
É preciso levar em conta que a demanda por emprego sofre pressão
constante, já que a cada dia mais pessoas entram no mercado
de trabalho. "Simplesmente dizer que haverá 10 milhões de
empregos, em três anos não é suficiente. O ministro deve apresentar
dados técnicos", diz o economista.
Leia mais:
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- Dornelles:
metas de emprego do IBGE devem ser superadas (O Globo)
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