15/09/2006
Carta da semana
Os destinos da educação e o professor
aposentado “Qualquer
aposentado que fizer os cálculos verá que seu
salário achatou. Anos seguidos vemos nosso minguado
salário de professor diminuir, enquanto em outras esferas
só aumenta.
Os governos na tentativa de tornarem os salários dos
professores um pouco melhor oferecem bônus e certos
benefícios, mas somente para os que estão na
ativa, pois quando se aposentam perdem parte de seus salários.
Isso é falta de um sindicato com mais representatividade.
Somos uma classe que não luta por melhores salários.
O professor é acomodado e resignado, depois que se
aposenta cai no esquecimento dos governos e apenas é
lembrado em ano eleitoral. Aceita sobreviver com um salário
miserável que a cada ano perde mais poder de compra.
Sem contar com o péssimo atendimento do Hospital do
Servidor Público Estadual, uma instituição
que vive do salário dos funcionários públicos.
O professor tem dificuldade de fazer greve, porque tem medo
de ter seu ponto cortado e também de perder o bônus.
Que pena! Condenaram o professor a ser dependente de benefício
(parecido com o bolsa-família), coisa que o professor
não precisa. O professor precisa sim, ter no salário
todos os seus direitos garantidos, não precisa de esmolas
governamentais. E assim, a cada ano os governos aproveitam
mais de quem se acomoda.
Já sobre a contribuição previdenciária
mensal, menos 11% no nosso salário, tivemos alguém
do nosso lado lutando para que direitos garantidos fossem
preservados e respeitados? Na época da votação
dessa contribuição o governador correu à
Brasília para votar essa indecência. Quem perdeu?
Mais uma vez, nós aposentados.
O projeto passou rapidinho na Assembléia Legislativa,
pois os deputados que lá estão em sua grande
maioria, pouco se incomodam com nossa classe, eles sabem que
além da memória curta do eleitor, ninguém
cobra nada deles, pois muitos mal sabem em quem votou na última
eleição.
Na Assembléia Legislativa os deputados estaduais viraram
as costas aos professores, principalmente aos aposentados.
Sempre que projetos vão à Assembléia
para ser votados somos ignorados pelos deputados que, sistematicamente
têm votado contra os professores.
No governo Quércia tivemos uma greve bastante longa.
Ela não foi adiante porque a ameaça de cortar
o ponto fez com que os professores retrocedessem e voltassem
às aulas. E sabem o argumento que o governador usou
naquela época? Disse ele no palácio dos Bandeirantes:
“professores são como baratas, basta bater o
pé que eles voltam”, e ameaçou com o corte
do ponto. Não deu outra, a greve acabou.
A greve é um instrumento legal e único que temos
para mostrar nossa indignação diante das reivindicações
salariais e melhores condições de trabalho,
quando estão esgotadas todas as outras tentativas de
negociação. Mas se não há aulas
para os alunos, qual a perda para o governo? Ele deixa de
arrecadar? Pelo contrário economiza merenda, luz, água,
etc.
Isso mostra que para todos os governos quanto menos se estudar
melhor será. Fica mais fácil comandar ignorantes.
Basta ver o que está acontecendo com os menos informados.
Serão condenados a viver na miséria para sempre.
A eleição é uma oportunidade rica para
mudarmos isso que não podemos deixar passar. Vale conhecer
bem o candidato, suas propostas e cobrar depois. Vamos ser
o beija-flor da história. Se cada um fizer a sua parte,
poderemos mudar o que aí está”,
Izabel Avallone -izabelavallone@yahoo.com.br
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