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bahia
31/08/2004

Voluntários orientam coleta do lixo urbano

MORRO DE SÃO PAULO (DA SUCURSAL RECÔNCAVO) – Moradores e turistas da localidade de Morro de São Paulo, na região conhecida como Costa do Dendê, baixo sul da Bahia, contam há dois meses com o trabalho voluntário de estudantes de turismo, que estão atuando na comunidade com vistas à reduzir o impacto do lixo urbano. A proposta é conscientizar a população dos horários corretos para depositar o lixo, evitando que fique acumulado de um dia para outro, assegurou a secretária de Turismo de Cairu, Manuela Scaldaferri.

O programa de Educação para o Turismo, coordenado por estudantes da Faculdade de Turismo da Bahia (Factur), orienta moradores a depositarem o lixo doméstico nos horários de coleta, evitando que se acumule pela vila e praias, isso resulta um efeito direto na qualidade de vida da população local e dos visitantes que chegam à localidade.

O primeiro passo foi a distribuição de um folheto com os horários da coleta de lixo na Vila e praias, obedecendo os horários das marés, pela necessidade de os tratores utilizarem as praias como rota das coletas. O trabalho também conscientiza a população para limpar as praias e a vila, e para a importância da reciclagem do lixo”, salientou Mary Márcia França Magalhães, aluna do 8º semestre do curso, participante do trabalho voluntário.

A coleta de lixo em Morro de São Paulo, na alta estação, quando recebe cerca de 45 mil visitantes chega a 8 t por dia. Na baixa temporada o volume de lixo recolhido diariamente pela prefeitura é de 2 mil toneladas, segundo informa Manuela Scaldaferri. Para coletar o lixo na Vila a Prefeitura de Cairu disponibiliza dois tratores, que dependem da tábua de maré para atravessar as praias. No verão, o número de tratores chega a seis”, informa.

A Factur também está realizando cursos abertos à comunidade, envolvendo educação ambiental e patrimonial, qualidade no atendimento e associativismo. 350 pessoas já participaram dos cursos. Mas a conscientização em manter praias e a Vila limpas ainda não atingiu a todos.

Mudanças
De acordo com o coordenador do programa, professor Ernesto Brito, o trabalho será realizado até o final de outubro, mas a população e empresários já comemoram as mudanças verificadas na limpeza do Morro. “A comunidade hoje está mais participativa e as pessoas já estão até controlando os vizinhos, que depositam sacolas de lixo fora do horário”, disse Britto.

Barraqueiros concordam que as pessoas hoje, na Vila e nas praias, não acumulam mais lixo, mas ainda se vê muita sujeira, principalmente na Primeira Praia. “Isso porque as embarcações descarregam mercadorias na praia deixam entulhos de construção e outros dejetos pela areia. A secretária de Turismo explicou que a prefeitura está estudando alternativas para mais esse problema em Morro.

Segundo ela, a ponte de atracação é estreita, o que obriga a descarga de mercadorias na praia. “Estamos estudando um meio de os produtos chegarem à ilha sem que sejam descarregados na praia. Não podemos proibir sem dar uma alternativa. Está no Plano Diretor Urbano (PDU), que será enviado em outubro para aprovação pela Câmara”, garantiu.

Seletiva
Como estratégia para redução do volume de lixo urbano que vai para as ruas, o programa também implantou a coleta seletiva em pousadas e restaurantes. O material reciclável está sendo prensado em Morro de São Paulo, de forma manual, pelo catador Reinaldo Guedes dos Santos, 21 anos, que comercializa o material em Valença. Há três anos ele cata material reciclável e há dois meses passou a trabalhar no Morro, agregando ao trabalho dele a preocupação com o lixo que também é uma questão de saúde. “Fazendo dinheiro para sobreviver e cuidando do meio ambiente”, destacou.

Em apenas dois dias, Reinaldo cata 2,5 toneladas de lixo reciclável, que recolhe em mercadinhos, pousadas e restaurantes. Usando uma prensa manual, todo material coletado, como papelão, garrafas Pet, além de milhares de outros produtos plásticos, é prensado e colocado em fardos. Com a venda do material ele chega a ganhar R$ 800 no mês, juntando 60 fardos, a depender da quantidade coletada. A idéia dele é montar uma fábrica de reciclagem em Morro.


CRISTINA SANTOS
do jornal A Tarde, de Salvador - BA

 
 
 

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