Procuram-se
trabalhadores
Desesperadas
atrás de mão-de-obra qualificada, empresas dos
Estados Unidos, especialmente de alta tecnologia, oferecem
estímulos para seus funcionários apresentarem
candidatos a cargos vagos _ se a indicação emplacar,
paga-se, em alguns casos, até R$ 20 mil.
Pode parecer
muito dinheiro, mas, na maioria das vezes, é uma bagatela
às empresas, obrigadas a pagar comissões para
as agências de intermediação de trabalhadores.
A carência
de mão-de-obra fez as empresas bancarem um articulado
lobby nos Estados Unidos para facilitar a entrada de trabalhadores
estrangeiros. Agências de intermediação
rodam o mundo, caçando talentos; sites da Internet,
em várias línguas, são nutridos apenas
por causa dessa deficiência das nações
mais ricas, em especial dos Estados Unidos.
Semelhante
tendência já se encontra, embora em menor intensidade,
no Brasil: um número cada vez maior de empresas tenta
convencer seus funcionários a ajudar na ocupação
dos cargos vagos, oferecendo benefícios.
Como,
geralmente, olha-se apenas a taxa média de desemprego,
perde-se a noção do que acontece nos vários
segmentos.
A taxa
média é ainda alta. Mas bastou uma leve recuperação
da economia para se constatar falta de mão-de-obra
qualificada, capaz de se adaptar às novas tecnologias.
Em São Paulo, atacou-se a região do ABC, com
abundante oferta de mão-de-obra treinada pela indústria
automobilística.
Com a
diminuição da oferta no ABC, procuram-se trabalhadores
em Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde
o nível educacional é mais elevado.
Exige-se
segundo grau completo. Começa a ser bem-vindo, mesmo
para operários, diploma de ensino superior.
É
uma boa notícia. Mas também é péssima:
a maioria dos jovens, vivendo nas periferias, com graus mínimos
de escolaridade, vão se tornando irremediavelmente
marginalizados, transformados em desempregados crônicos.
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