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Dia 03.01.01

 

 

Recrutamento de empresas exclui mulheres no Japão

Apesar de as previsões apontarem que em breve o Japão enfrentará uma falta de mão-de-obra, o país ainda adota um padrão de contratação que relega as mulheres a cargos inferiores. E prefere receber mais imigrantes a oferecer melhores oportunidades às japonesas.

Segundo projeções oficiais, a população japonesa na faixa de 20 anos encolherá em quase um terço até 2015. Mas jovens qualificadas, como Yoko Hayakawa, aluna de uma conceituada universidade do país, recebem propostas de trocar cargos técnicos por postos subalternos. "Uma das empresas perguntou se eu aceitaria trabalhar como secretária", relata Yoko.

Especialistas dizem que as empresas japonesas discriminam as mulheres por medo de que elas casem e abandonem a carreira. O diretor da Associação de Estudantes Femininas contra a Discriminação, Hiromi Harada, rejeita a idéia e afirma que a maioria das mulheres quer trabalhar até a idade de aposentadoria. "O fato é que muitas delas são obrigadas a abandonar o emprego devido aos altos custos das creches.", disse Harada.

(Valor)

 

 
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Recrutamento de empresas relega mulheres no Japão

Quando a estudante Yoko Hayakawa iniciou recentemente sua primeira maratona de entrevistas para um emprego no setor de tecnologia, não demorou muito para notar o "estranho" padrão de contratação em vigor em seu país.

Apesar de obter excelentes notas na faculdade, falar inglês fluentemente e possuir uma vigorosa ambição profissional, seus entrevistadores lhe faziam perguntas triviais sobre sua vida social ou sobre como ela se sentiria, por exemplo, caso fosse pedida em casamento.

"Uma das empresas perguntou se eu aceitaria trabalhar como secretária, ao invés de ter um cargo técnico", disse Yoko, de 23 anos, que está no último ano na Universidade Keio, uma das mais conceituadas do Japão. "Outro entrevistador chegou até a me perguntar quantas lojas de conveniência existem no Japão."

Yoko diz que, quando relatou aos seus amigos homens o teor das perguntas, soube que eles nunca tinham passado por esse tipo de entrevista. Para os homens, pergunta-se aquele tipo "normal" de coisas, como o que estudaram na escola e quais são suas ambições profissionais.

A exaustiva série de entrevistas que caracterizam a temporada de contratações no Japão - com início no inverno do último ano escolar dos universitários - é algo tão convencional no calendário dos estudantes japoneses quanto as festas de graduação.

Yoko descobriu, no entanto, que uma espécie de entendimento tácito do ritual de busca de um emprego acaba empurrando mulheres qualificadas para postos menos valorizados.

Ao longo de sucessivas gerações, o processo de recrutamento no Japão operou baseado no pressuposto de que o destino mais certo para uma jovem japonesa é o casamento e a educação de filhos - o investimento na carreira fica para o marido.

À medida que o Japão vislumbra uma potencial falta de mão- de-obra no futuro breve, a sociedade japonesa vem dando mais sinais de que, se preciso, está pronta para receber uma leva de imigrantes em maior escala - assunto, até hoje, tabu na sociedade japonesa. Isso só para não fornecer às mulheres melhores oportunidades profissionais.

De acordo com projeções oficiais, a população japonesa na faixa etária de 20 anos deverá encolher em quase um terço - para 12,4 milhões - até 2015.

Para enfrentar o problema, uma lei nacional que prevê igualdade de oportunidades às mulheres foi atualizada em 1999, determinando, pela primeira vez, punições para casos de discriminação contra a mulher no ambiente de trabalho.

Recentes entrevistas com desempregados, advogados trabalhistas, economistas e defensores dos direitos da mulher, apontaram, porém, que a nova lei teve pouco impacto real. Os antigos padrões de contratação feminina para posições "subalternas" continuam imbatíveis.

"Eu não comparecia às entrevistas esperando um ato de discriminação", disse Yoko, que conseguiu um emprego na Canon.

Especialistas no mercado de trabalho do Japão dizem que muitas empresas excluírem as mulheres de uma carreira profissional é o medo de que elas casem depois de alguns anos. "As empresas sabem que os riscos são maiores com mulheres e querem garantir o retorno em seu investimento em capital humano." Mas a noção de que as mulheres acabam deixando o emprego poucos anos depois para casar-se é veementemente rejeitada por entidades ligadas ao assunto.

"Nossa pesquisa mostra que entre 70% e 80% das mulheres querem continuar a trabalhar até a idade de aposentadoria", disse Hiromi Harada, diretor da Associação de Estudantes Femininas contra a Discriminação. "Além do mais, pouquíssimas mulheres dizem desejar largar o emprego quando tiverem filhos. O fato é que muitas delas são obrigadas a abandonar o emprego devido aos altos custos das creches. Se quisermos mudar essa situação, deveríamos tomar medidas no sentido de tornar o serviço de creche mais comum e acessível ", disse Harada.

 

 
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