HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
 

preconceito
19/11/2003
Negras ganham 45% menos do que mulheres brancas

Às vésperas do Dia da Consciência Negra, as mulheres negras têm poucos motivos para comemorar. Pesquisa do Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) mostra que o desemprego é maior para as negras do que para as brancas e as asiáticas, bem como os salários são em média, 44,9% mais baixos. Em São Paulo, o salário médio pago para negras é de R$ 494, contra R$ 896 das não-negras e R$ 756 dos negros.

"A idéia do estudo é trazer uma nova luz sobre o problema para que se possam definir políticas para reverter a situação (de discriminação)", afirmou a coordenadora da pesquisa do Dieese, Solange Sanchez, para quem mulheres negras são duplamente discriminadas.

Solange afirmou que essa discriminação pode ser verificada nos indicadores de renda e desemprego. Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, a taxa de desemprego da mulher negra é de 26,2% contra 18,8% das não-negras. O desemprego das negras é maior do que o do homem negro (19,9%) e do não-negro (13,3%). As mulheres negras também demoram mais tempo para encontrar um novo emprego. Em São Paulo, a mulher negra demora 12 meses para se inserir no mercado de trabalho, contra 11 meses da não-negra, ou seja: uma diferença de quatro semanas.

Sanchez afirmou que nem mesmo a elevada escolaridade é suficiente para garantir a ascensão da mulher negra no mercado de trabalho. No Distrito Federal, por exemplo, a taxa de desemprego para as negras com ensino superior é de 10,3%, contra um desemprego de 9,5% para as não-negras. Entre as negras com ensino médio incompleto, o desemprego sobe para 40,3%.

Segundo a pesquisa, 30% das negras ocupadas da região metropolitana de São Paulo estão no emprego doméstico. Apenas 13% das brancas estão no mesmo tipo de ocupação. Mesmo no setor público, onde as contratações são feitas por concurso, a ocupação é maior para as não-negras. Em São Paulo, 12,1% das não-negras estão no setor público, contra 9,1% das negras.

A pesquisa mostra que as negras ocupam menos cargos de chefia e de planejamento dentro das empresas. Em São Paulo, apenas 4,2% exercem funções de chefia, contra 15,7% das vagas de direção ocupadas por não-negras.



As informações são da Agência Folha.

   
 
 
 

NOTÍCIAS ANTERIORES
19/11/2003 Emprego reage, mas salário cai
19/11/2003 Governo pretende assentar 355 mil famílias até 2006
19/11/2003 Ministério destaca efeito de fiscalização para combater trabalho infantil
19/11/2003 Trabalho infantil cresce 50% na gestão Lula
18/11/2003 Só 50% das escolas da Amazônia têm energia
18/11/2003 Coordenador de programa anti-aids analisa pesquisa da BBC
18/11/2003 Quem são as vítimas de homicídios na periferia
18/11/2003 Bolsa Família terá US$ 2 bilhões do BID
18/11/2003 Verba federal favorece prefeituras do PT
18/11/2003 Para ministro, mudar lei só favorece elite