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13/09/2005 - 09h25

PIBB requer longo prazo para render

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SANDRA BALBI
da Folha de S.Paulo

O investidor que decidir aderir à nova oferta de cotas do PIBB, o fundo de ações reaberto ontem pelo BNDES para atrair o pequeno poupador para o mercado de capitais, deverá ter como principal objetivo ganhos no longo prazo. Isso significa olhar cinco ou dez anos à frente, pois o cenário não é de fortes altas dos papéis da carteira do fundo nos próximos 12 meses, segundo analistas.

"O poupador não deve olhar o curto prazo, as cotações diárias do fundo. Ele tem que estar consciente de que está aplicando nas melhores empresas do Brasil e ter em perspectiva a situação delas dentro de quatro anos ou mais, e ficar tranqüilo mesmo que haja oscilações", afirmou Guido Mantega, presidente do BNDES, durante lançamento do PIBB, ontem, na sede da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

Embora o fundo tenha em sua carteira os 50 papéis mais líquidos do mercado --as ações que acompanham o IBrX 50--, elas já subiram muito nos últimos 14 meses, desde que ocorreu a primeira oferta do PIBB, em julho de 2004. "Esse é um bom investimento, mas eu não entraria se fosse precisar sacar no prazo de um ano", alerta o consultor Fábio Colombo, da Money Consultoria.

Em 2004, segundo Colombo, era mais vantajoso entrar nesse fundo, pois os preços das ações estavam mais baixos. Desde o lançamento até a última quinta-feira a cota do PIBB valorizou-se 54,07%. "Hoje o potencial de alta no curto prazo é menor", observa Colombo. Aos preços atuais do Ibovespa (Índice da Bolsa de São Paulo), Colombo considera que os papéis estão próximos do chamado "preço justo".

Discutir tendência de Bolsa é sempre um tiro no escuro, entretanto. Para outros analistas, a Bovespa ainda tem gás para subir mais. Na opinião de Lourenço Miranda, superintendente de produtos de investimento do Banco Real, a Bolsa poderá ter uma alta de 30% a 40% até o final de 2006.

Esse é o prazo para o investidor que comprar cotas do PIBB com opção de venda sair da aplicação. O BNDES resolveu estender para 14 meses o "seguro" oferecido ao investidor: se até outubro do próximo ano a Bolsa cair e o fundo se desvalorizar, o banco se compromete a recomprar as cotas do investidor pelo seu valor nominal. O BNDES dá mais dois meses, ainda, para o investidor decidir se fica ou sai do fundo.

Dessa forma, o prazo do "seguro" vai até dezembro, cobrindo todo o período eleitoral. "Dependendo do cenário político, a Bolsa poderá viver momentos de grandes oscilações", lembra Colombo.

O PIBB lançado no ano passado é prova disso. "Ele valorizou 54% até janeiro deste ano e depois caiu 20% entre fevereiro e março", diz Marcelo D'Agosto, sócio do site Fortuna.

Taxas

Segundo Carlos Kawall, diretor financeiro do BNDES, o PIBB é o fundo de investimento com a menor taxa de administração do mercado --de 0,059% ao ano. Esse será o valor cobrado de quem aplicar direto no PIBB, comprando cotas do BNDES, por meio de corretoras. Nesse caso, o investidor pagará uma taxa de custódia mensal e uma taxa de corretagem, ao sair do fundo.

"Quem for fazer a compra direta deve ficar atento ao preço da taxa de custódia. Pesquise os preços", alerta o consultor Mauro Halfeld, um entusiasta do PIBB. Elas variam em geral de R$ 10 mensais (caso do Banco do Brasil) a R$ 30 mensais (no Santander Banespa). Mas há taxas menores, como a do Banco Real, que custa R$ 5,40 por mês.

No caso de uma taxa de custódia de R$ 10, pelos cálculos de Halfeld, a aplicação direta no PIBB só é vantajosa para quem dispõem de mais de R$ 8.000 para investir. Já no caso da taxa de R$ 30, só vale a pena aplicar acima de R$ 24 mil. Halfeld lembra, entretanto, que quem já é cliente de uma corretora e investe em ações não paga a custódia. Ou seja, o benefício da taxa de administração mínima de 0,059% não chega ao pequeno poupador que o BNDES quer atrair para a Bolsa.

Para o pequeno investidor, reconhece Kawall, o custo de corretagem e custódia pode ficar alto. "Os bancos vão oferecer ao pequeno investidor fundos que replicam o PIBB e cobram taxas de administração de 1,5% ao ano."

Segundo os analistas ouvidos pela Folha, essa é uma taxa baixa. Os fundos de ações cobram em média 4% ao ano, segundo Halfeld.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o fundo PIBB do BNDES
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