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13/09/2005
-
18h21
da Folha Online
A empresa aérea estatal portuguesa TAP vai examinar o plano de reestruturação apresentado ontem pela Varig para decidir se as duas empresas deveriam se unir em algum tipo de aliança. O porta-voz da TAP, Antonio Monteiro, disse que a companhia ainda está interessada em fechar algum tipo de parceria com a Varig, que está em recuperação judicial.
"Ainda estamos interessados em fazer negócio com a Varig", disse Monteiro, em Lisboa. "Esperamos que isso possa acontecer, mas é cedo demais para dizer como pode acontecer."
A TAP manifestou interesse pela Varig no começo do ano. Pela legislação brasileira, estrangeiros podem ter no máximo 20% do capital de companhias aéreas. No entanto, a TAP vinha informando que pretendia ter o controle da Varig.
No plano de recuperação divulgado ontem, a Varig informou que a participação da Fundação Ruben Berta --que detém 87% do capital votante da companhia-- será diluída para abrir espaço para a entrada de novos investidores.
O plano informa que será criada uma "Nova Varig", que terá seu controle leiloado. A Varig ainda não sabe quanto da dívida total da companhia deverá ser alocado na nova empresa, mas a princípio será uma parcela inferior aos débitos que ficarão com a antiga Varig.
Após o acerto de contas com o governo, as duas empresas Varig e nova Varig seriam unificadas. Neste cenário, um novo controlador teria poder de decisão. Os demais acionistas da Varig seriam os credores que optaram por transformar dívidas em participação, a fundação e os minoritários.
Monteiro disse que a TAP irá examinar o plano antes de decidir como ou quando as duas empresas poderão desenvolver um acordo.
As duas empresas já têm um acordo de code-share (compartilhamento) em vôos transatlânticos. Para analistas do setor, as duas companhias podem cortar custos eliminando rotas superpostas.
O plano
O plano de recuperação da Varig prevê demissões e a criação de uma nova empresa para atrair investidores interessados em aplicar na companhia aérea. Os cortes deverão atingir 13% da folha de pagamento da Varig, Rio Sul e Nordeste --o equivalente a 1.500 pessoas.
O estudo elaborado pela Lufthansa constatou que a Varig tem uma distribuição inadequada de pessoal, com excesso de gente em algumas áreas e falta de pessoal em segmentos específicos. A Varig pretende ainda modificar a forma de pagamento dos funcionários com a adoção da remuneração por performance.
O plano constata que a Varig precisa reestruturar uma dívida de R$ 7,7 bilhões e conquistar investidores que possam atender às necessidades de fluxo de caixa de curto prazo. Para isso, a Varig aposta na criação de uma nova empresa, livre da dívida com o governo, de R$ 4,5 bilhões, que não pode ser resolvida no âmbito da nova lei de recuperação judicial.
A nova empresa a ser criada receberá parte dos ativos e das linhas aéreas da atual companhia e dividirá com ela, em forma de consórcio, a gestão e a operação da companhia. Os credores atuais das empresas em recuperação poderão trocar as dívidas por participação na nova companhia.
As empresas atuais e a nova funcionarão em forma de consórcio de companhias aéreas. Após a renegociação ou liquidação das dívidas, as empresas deverão ser integradas em uma única companhia.
A Varig pretende reduzir a diversidade dos tipos de aeronaves que compõem sua frota. Atualmente a empresa trabalha com nove famílias de aeronaves e quer reduzir esse número para apenas três em 2008.
O plano prevê ainda a revisão de rotas comerciais, novas operações em code-share e a conclusão da integração entre Rio Sul e Nordeste. A Varig quer reativar também as 14 aeronaves paradas atualmente em razão da falta de investimentos.
O plano precisa ser aprovado pela Justiça e pelo Comitê de Credores, que será formado em assembléia no dia 24 de setembro. A partir desta data, os credores terão 30 dias para analisar o plano.
Com agências internacionais
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TAP mantém interesse em fechar parceria com a Varig
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A empresa aérea estatal portuguesa TAP vai examinar o plano de reestruturação apresentado ontem pela Varig para decidir se as duas empresas deveriam se unir em algum tipo de aliança. O porta-voz da TAP, Antonio Monteiro, disse que a companhia ainda está interessada em fechar algum tipo de parceria com a Varig, que está em recuperação judicial.
"Ainda estamos interessados em fazer negócio com a Varig", disse Monteiro, em Lisboa. "Esperamos que isso possa acontecer, mas é cedo demais para dizer como pode acontecer."
A TAP manifestou interesse pela Varig no começo do ano. Pela legislação brasileira, estrangeiros podem ter no máximo 20% do capital de companhias aéreas. No entanto, a TAP vinha informando que pretendia ter o controle da Varig.
No plano de recuperação divulgado ontem, a Varig informou que a participação da Fundação Ruben Berta --que detém 87% do capital votante da companhia-- será diluída para abrir espaço para a entrada de novos investidores.
O plano informa que será criada uma "Nova Varig", que terá seu controle leiloado. A Varig ainda não sabe quanto da dívida total da companhia deverá ser alocado na nova empresa, mas a princípio será uma parcela inferior aos débitos que ficarão com a antiga Varig.
Após o acerto de contas com o governo, as duas empresas Varig e nova Varig seriam unificadas. Neste cenário, um novo controlador teria poder de decisão. Os demais acionistas da Varig seriam os credores que optaram por transformar dívidas em participação, a fundação e os minoritários.
Monteiro disse que a TAP irá examinar o plano antes de decidir como ou quando as duas empresas poderão desenvolver um acordo.
As duas empresas já têm um acordo de code-share (compartilhamento) em vôos transatlânticos. Para analistas do setor, as duas companhias podem cortar custos eliminando rotas superpostas.
O plano
O plano de recuperação da Varig prevê demissões e a criação de uma nova empresa para atrair investidores interessados em aplicar na companhia aérea. Os cortes deverão atingir 13% da folha de pagamento da Varig, Rio Sul e Nordeste --o equivalente a 1.500 pessoas.
O estudo elaborado pela Lufthansa constatou que a Varig tem uma distribuição inadequada de pessoal, com excesso de gente em algumas áreas e falta de pessoal em segmentos específicos. A Varig pretende ainda modificar a forma de pagamento dos funcionários com a adoção da remuneração por performance.
O plano constata que a Varig precisa reestruturar uma dívida de R$ 7,7 bilhões e conquistar investidores que possam atender às necessidades de fluxo de caixa de curto prazo. Para isso, a Varig aposta na criação de uma nova empresa, livre da dívida com o governo, de R$ 4,5 bilhões, que não pode ser resolvida no âmbito da nova lei de recuperação judicial.
A nova empresa a ser criada receberá parte dos ativos e das linhas aéreas da atual companhia e dividirá com ela, em forma de consórcio, a gestão e a operação da companhia. Os credores atuais das empresas em recuperação poderão trocar as dívidas por participação na nova companhia.
As empresas atuais e a nova funcionarão em forma de consórcio de companhias aéreas. Após a renegociação ou liquidação das dívidas, as empresas deverão ser integradas em uma única companhia.
A Varig pretende reduzir a diversidade dos tipos de aeronaves que compõem sua frota. Atualmente a empresa trabalha com nove famílias de aeronaves e quer reduzir esse número para apenas três em 2008.
O plano prevê ainda a revisão de rotas comerciais, novas operações em code-share e a conclusão da integração entre Rio Sul e Nordeste. A Varig quer reativar também as 14 aeronaves paradas atualmente em razão da falta de investimentos.
O plano precisa ser aprovado pela Justiça e pelo Comitê de Credores, que será formado em assembléia no dia 24 de setembro. A partir desta data, os credores terão 30 dias para analisar o plano.
Com agências internacionais
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