Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/09/2005 - 14h11

Ex-executivo da Tyco é condenado a até 25 anos de prisão nos EUA

Publicidade

VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

O ex-executivo-chefe da gigante americana Tyco International, Dennis Kozlowski, foi condenado nesta segunda-feira a até 25 anos de prisão por sua participação no desvio de US$ 600 milhões da empresa.

Seth Wenig/Reuters
O ex-executivo-chefe da Tyco, Dennis Kozlowski
Kozlowski, 58, e o ex-diretor-financeiro, Mark Swartz, 44, foram condenados a penas de oito anos e quatro meses (depois deste período podem pleitear liberdade condicional) a 25 anos e terão que pagar multas de US$ 70 milhões e US$ 35 milhões respectivamente. Membros da família de Kozlowski, que estavam no tribunal, choraram ao ouvir a sentença.

Ambos irão começar a cumprir suas sentenças imediatamente e saíram do tribunal algemados.

A acusação pleiteava para os executivos a pena máxima em casos desse tipo, entre 15 e 30 anos.

Em junho, os dois foram considerados culpados de 22 das 23 acusações de que eram alvo, entre elas as de roubo, falsificação de registros de operações financeiras e violação das leis gerais do comércio.

Louis Lanzano/AP Photo
O ex-diretor-financeiro da Tyco, Mark Swartz
Kozlowski foi acusado de ter pago uma festa de aniversário para sua mulher em uma ilha no mar Mediterrâneo, próxima à Itália, avaliada em US$ 2 milhões, além de um apartamento em Manhattan, avaliado em US$ 18 milhões. Entre as extravagâncias do apartamento está uma cortina de US$ 6 mil para o banheiro.

Kozlowski trabalhou na Tyco de 1975 a 2002 e Swartz entrou na empresa em 1991 e saiu em 2002. A Tyco, que tem cerca de 250 mil funcionários e receitas anuais de cerca de US$ 40 bilhões, fabrica equipamentos eletrônicos e suprimentos médicos.

Executivos presos

As condenações de Kozlowski e Swartz são os casos mais recentes de executivos presos em casos de escândalos empresariais nos EUA. O ex-presidente da operadora de telefonia WorldCom, Bernard Ebbers, foi condenado em julho a 25 anos de prisão por ordenar a subordinados que inflassem as receitas e escondessem dívidas da empresa. Ao maquiar os balanços em US$ 11 bilhões durante mais de dois anos, a empresa enganou acionistas e investidores.

O júri responsável pela condenação considerou o executivo culpado por conspiração, fraude acionária e maquiagem contábil.

Também em julho, o fundador e ex-presidente da Enron, Kenneth Lay, se entregou ao FBI (polícia federal dos EUA) para enfrentar o processo criminal oriundo de uma investigação federal de quase três anos sobre o escândalo de fraude contábil na empresa. Além de Lay, o ex-executivo-chefe da empresa, Jeffrey Skilling, e o ex-contador da Enron, Richard Causey, devem ir a julgamento em janeiro de 2006.

Lay foi acusado formalmente por 11 crimes, incluindo participar de fraude na negociação de títulos e fazer comunicados falsos sobre a empresa, até então considerada paradigma da criatividade no aproveitamento de sinergias nos negócios de energia.

A Enron, gigante americana do setor de energia, pediu concordata em dezembro de 2001, após ter sido alvo de uma série denúncias de fraudes contábeis e fiscais. Com uma dívida de US$ 13 bilhões, o grupo arrastou consigo a Arthur Andersen, que fazia a sua auditoria. Segundo investigadores federais, a Enron criara parcerias com empresas e bancos que permitiram manipular o balanço financeiro e esconder débitos de até US$ 25 bilhões.

Também já foi condenado, a 15 anos, o fundador da Adelphia Communications (uma das maiores operadoras de TV a cabo nos EUA), John Rigas, por sua participação no caso de roubo e fraude na empresa. O filho de Rigas e ex-diretor-financeiro, Timothy Rigas, foi condenado a 20 anos.

Com agências internacionais

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre fraudes corporativas nos EUA
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página