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25/09/2005 - 09h14

Varejo eletrônico deve crescer 30% em 2005

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MARCELO BILLI
da Folha de S.Paulo

O varejo on-line brasileiro continua em expansão. Neste ano, as vendas por internet devem chegar a R$ 9,8 bilhões, alta de mais de 30% em relação aos R$ 7,5 bilhões de 2004. As transações on-line ainda representam menos de 1% do varejo total, porém avançam em ritmo acelerado.

No primeiro semestre deste ano, as transações eletrônicas envolvendo consumidores finais totalizaram R$ 4,6 bilhões. Cerca de 62% foram compras de veículos. Bens de consumo responderam por 23,12% do total, enquanto compras de serviços de turismo chegaram a R$ 664 milhões, ou 14,4% do total. Os dados são de pesquisa feita pela e-Consulting em parceria com a Câmara-e.net.

Mais que o crescimento rápido, o perfil das compras mostra convergência entre o que ocorre no mundo real com as operações na internet. Aos poucos, CDs e livros perdem espaço para bens de maior valor. Pesquisa da e-Bit, consultoria de marketing on-line, mostra que, no primeiro semestre do ano passado, CDs, DVDs e livros representavam cerca de 48% do total das vendas do varejo virtual. Em 2005, a participação desses itens caiu para 39%. Ganharam espaço eletrônicos, produtos de beleza e eletrodomésticos.

O crescimento, pelo menos neste ano, é quase todo explicado pelo aumento do número de internautas. O relatório "Insider Information", também desenvolvido pela e-Consulting, mostra que o número de usuários de internet deve chegar a 25 milhões, alta de 20% sobre 2004.

O valor médio das compras não mudou entre 2005 e 2004, o que sugere que o aumento de faturamento do setor ocorreu pela adesão de mais usuários. Hoje, mostra o relatório da e-Bit, os consumidores que compram pela internet gastam em média R$ 300.

Em lojas que têm tanto pontos reais como sites, o valor médio das compras atinge valores até dez vezes maiores nas transações virtuais. Fenômeno explicado, mostram pesquisas sobre o perfil do internauta, pelo poder aquisitivo relativamente alto de quem acessa a internet no Brasil. A renda média de quem compra on-line está hoje em torno de R$ 4.000.

Interior ganha espaço

Além da redução da participação de CDs e livros no total das vendas, outro aspecto que mostra amadurecimento do setor, ou pelo menos certa convergência com a antes chamada "velha economia", é a desconcentração regional das compras on-line. "Nossa pesquisa mostra que a participação do interior aumentou em relação às grandes capitais", diz Pedro Guasti, diretor-geral da e-Bit.

A era de uma miríade de empresas concorrendo entre si, algo comum nos modelos teóricos de economia mas muito raro no mundo real, também acabou. Guasti lembra que apenas dez lojas respondem por mais de 70% de todas as vendas feitas pela internet. "O mercado está mais concentrado tanto em termos de consumidor como de gasto", diz.

"O mercado se firmou. Antes, era uma loucura. Hoje, os consumidores sabem o que acessar e onde buscar o que precisam", diz Aleksandar Mandic, que atua no mercado de internet desde os primórdios do setor no Brasil.

O uso de internet pode ter chegado à classes de renda mais baixas. Mas, por enquanto, as compras virtuais estão concentradas nos estratos mais altos. Apesar disso, Guasti aponta para o potencial de crescimento do setor. Cerca de 10 milhões de brasileiros utilizam serviços bancários pela internet. São pessoas com acesso a serviços financeiros, cartão de crédito e com renda alta.

Menos da metade desses usuários, argumenta o diretor da e-Bit, compra pela net. "É claro que, com a adesão das classes de renda mais baixa, o valor médio das compras tende a cair", diz ele.

A proporção das vendas pela rede em relação ao varejo total pode decepcionar. O mundo virtual reponde por menos do que 1% do total do varejo. Mas não é anomalia brasileira. Nos EUA, onde o varejo on-line já chega a US$ 100 bilhões anuais, não representa mais do que 5% do varejo total.

"O comércio eletrônico tende a crescer muito. Há uma barreira cultural, mas ela tende a ser vencida com o tempo", diz Antonio Tavares, presidente da Abranet (Associação Brasileira dos Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet).

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