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30/09/2005 - 09h11

Investimento na AL cresce 44% em 2004

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CLÁUDIA DIANNI
da Folha de S.Paulo

Depois de quatro anos consecutivos de declínio, o fluxo de investimentos estrangeiros diretos (IED) para a América Latina e o Caribe voltou a crescer. No ano passado, a região recebeu US$ 68 bilhões, um aumento de 44%, segundo relatório da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento) divulgado ontem.

Os países em desenvolvimento, em geral, receberam US$ 233 bilhões no ano passado, um aumento de 40%. O Brasil ficou entre os cinco principais receptores entre os países em desenvolvimento, com US$ 18,1 bilhões, 78% a mais do que em 2003, quando entraram no país US$ 10,1 bilhões em IED.
O aumento dos investimentos estrangeiros entre esse grupo de países seguiu a tendência mundial. O volume global de IED voltou a crescer depois de três anos e chegou a US$ 648 bilhões, 2,43% a mais do que em 2003.

Outra vez a China foi o país em desenvolvimento que mais atraiu investimentos estrangeiros, com o valor recorde de US$ 60 bilhões, seguida por Hong Kong, Brasil, México e Cingapura. Segundo a Unctad, o aumento do fluxo de IED para economias em desenvolvimento é uma tendência que deve continuar nos próximos anos e obedece à lógica dos investidores de buscar custos menores.

"As empresas transnacionais estão procurando aumentar a competitividade ao expandir seus negócios em mercados que estão crescendo rapidamente em economias emergentes, além de procurarem novas maneiras de reduzir custos", disse a coordenadora do levantamento da Unctad, Anne Miroux.

Os novos negócios nos países desenvolvidos somaram US$ 380 bilhões, queda de 14% sobre 2003. Sete dos dez países que registraram maior crescimento em novos negócios estrangeiros são economias em desenvolvimento, enquanto os dez países que sofreram maior queda em IED no ano passado são ricos.

No geral, porém, os EUA continuam sendo o país que mais atraiu investimento estrangeiro. Em 2004, a alta foi de 62%. Os americanos ficaram com US$ 96 bilhões dos novos negócios. Em segundo, ficou o Reino Unido (US$ 76 bilhões). Depois, a China.

Segundo o relatório, no caso dos EUA e do Reino Unido, boa parte do aumento em IED é explicada pelo volume de fusões e aquisições nesses países.

Na União Européia, considerando os 15 integrantes mais antigos do bloco, o volume de investimentos caiu 40% e atingiu o nível mais baixo desde 1998. O alto volume de pagamentos por empréstimos intracompanhias e repatriações de capital entre empresas parentes em vários países explica parte da queda. Os países do leste, porém, novos membros da UE, receberam US$ 20 bilhões, 70% a mais que em 2003.

Entre os países em desenvolvimento, a Ásia e a Oceania ficaram com 46% dos investimentos, a América Latina e o Caribe, 44%, e a África (o continente), 3%.

Avanço da Ásia

EUA, Reino Unido e Luxemburgo foram os países de origem de praticamente metade dos investimentos estrangeiros em 2004, mas os em desenvolvimento, principalmente os asiáticos, despontam como fontes importantes de IED. No ano passado, os investimentos externos do Brasil somaram US$ 9,4 bilhões.

Segundo a Unctad, China, Índia e Coréia devem ser os países responsáveis por boa parte dos investimentos estrangeiros gerados neste ano. A China deve ser tornar um grande investidor na América Latina por causa da crescente demanda por recursos naturais.

O setor siderúrgico nos países em desenvolvimento deve ser o principal receptor de novos investimentos. A chinesa Baosteel, por exemplo, assinou acordo com a Arcelor e a Vale do Rio Doce para investir US$ 8 bilhões no novo pólo siderúrgico no Maranhão.

Especial
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