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07/10/2005
-
09h33
BRUNO LIMA
da Folha de S.Paulo
A companhia aérea de baixas tarifas WebJet, que opera regularmente desde 12 de julho deste ano, não voou nenhum de seus 26 trechos nos últimos três dias.
Segundo a empresa, não houve imprevistos nem problemas operacionais com o único avião que possui. A decisão de parar de voar de terça até ontem foi tomada pela própria aérea, para evitar prejuízos pela baixa ocupação.
"Não faria sentido fazer os vôos, não compensaria sair do chão", revelou Rogério Ottoni, diretor-presidente da WebJet. "Foi uma ação preventiva. Teríamos menos de 40% de ocupação."
A companhia afirma que voará normalmente a partir de hoje, mas não descarta novas paralisações. "Não vou dizer que não vou fazer, mas não temos previsão de outros cancelamentos."
Os passageiros que haviam comprado passagens para os últimos três dias, segundo Ottoni, tiveram seu embarque garantido pela empresa nas concorrentes, seguindo os regulamentos do setor. O executivo diz que as vendas foram interrompidas quando havia "poucas" compras efetivadas.
A empresa, que começou registrando ocupação de 59% em julho, segundo dados do DAC (Departamento de Aviação Civil), fechou setembro com apenas 34% dos assentos vendidos. O número é problemático e dificulta a sobrevivência da novata, que, apesar de começar só com uma aeronave, provocou reações das grandes.
TAM, Varig e Gol reduziram tarifas logo após o lançamento da WebJet. Nos trechos e horários atendidos pela nova rival, as tarifas caíram substancialmente.
Para analistas do setor, houve reação das grandes companhias para impedir que mais um jogador se estabeleça no mercado.
Escaldado pelo "efeito Gol" de redução de tarifas, iniciado em janeiro de 2001, o mercado teria intenção de cortar o novo "problema" pela raiz, sem dar tempo para que a WebJet cresça.
As empresas negam e dizem que só praticam a livre concorrência. Não há controle prévio de tarifas no país. Eventuais denúncias de concorrência desleal são avaliadas posteriormente.
Apelo
Como a oferta de vôos é maior na concorrência, a WebJet pode não resistir até o fim do ano, quando, com a alta temporada, cresce o número de passageiros mais sensíveis a preços.
Asfixiada, a empresa tenta, a todo custo, formar uma rede de agentes de viagens para comercializar seus bilhetes, mas enfrenta dificuldades. A saga começou há um mês, quando, para potencializar as vendas, a aérea abandonou a estratégia inicial de vender apenas pela internet e pelo telefone.
A outra tática é tentar sensibilizar os consumidores. "Em todos os países do mundo, quanto menor o número de empresas, maior o preço da passagem. Nosso modelo é vender barato. Para isso, precisamos ter o passageiro do nosso lado", afirma Ottoni. "A construção de uma empresa nesse setor passa pelo passageiro. Pode ser utópico, mas convocamos a sociedade para fazermos isso."
Com tarifas baixas, a companhia necessita de mais escala para ser viável. Para os especialistas, o grande erro foi começar com apenas um avião, sem previsão para receber o segundo. Para brigar bem, dizem os analistas, seria preciso entre quatro e seis aviões.
A WebJet voa diariamente para quatro cidades --Rio (Galeão), Brasília, São Paulo (Guarulhos) e Porto Alegre-- e, desde o dia 1º, três vezes por semana para Belo Horizonte e Florianópolis.
Especial
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Sem clientes, WebJet não voa há três dias
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da Folha de S.Paulo
A companhia aérea de baixas tarifas WebJet, que opera regularmente desde 12 de julho deste ano, não voou nenhum de seus 26 trechos nos últimos três dias.
Segundo a empresa, não houve imprevistos nem problemas operacionais com o único avião que possui. A decisão de parar de voar de terça até ontem foi tomada pela própria aérea, para evitar prejuízos pela baixa ocupação.
"Não faria sentido fazer os vôos, não compensaria sair do chão", revelou Rogério Ottoni, diretor-presidente da WebJet. "Foi uma ação preventiva. Teríamos menos de 40% de ocupação."
A companhia afirma que voará normalmente a partir de hoje, mas não descarta novas paralisações. "Não vou dizer que não vou fazer, mas não temos previsão de outros cancelamentos."
Os passageiros que haviam comprado passagens para os últimos três dias, segundo Ottoni, tiveram seu embarque garantido pela empresa nas concorrentes, seguindo os regulamentos do setor. O executivo diz que as vendas foram interrompidas quando havia "poucas" compras efetivadas.
A empresa, que começou registrando ocupação de 59% em julho, segundo dados do DAC (Departamento de Aviação Civil), fechou setembro com apenas 34% dos assentos vendidos. O número é problemático e dificulta a sobrevivência da novata, que, apesar de começar só com uma aeronave, provocou reações das grandes.
TAM, Varig e Gol reduziram tarifas logo após o lançamento da WebJet. Nos trechos e horários atendidos pela nova rival, as tarifas caíram substancialmente.
Para analistas do setor, houve reação das grandes companhias para impedir que mais um jogador se estabeleça no mercado.
Escaldado pelo "efeito Gol" de redução de tarifas, iniciado em janeiro de 2001, o mercado teria intenção de cortar o novo "problema" pela raiz, sem dar tempo para que a WebJet cresça.
As empresas negam e dizem que só praticam a livre concorrência. Não há controle prévio de tarifas no país. Eventuais denúncias de concorrência desleal são avaliadas posteriormente.
Apelo
Como a oferta de vôos é maior na concorrência, a WebJet pode não resistir até o fim do ano, quando, com a alta temporada, cresce o número de passageiros mais sensíveis a preços.
Asfixiada, a empresa tenta, a todo custo, formar uma rede de agentes de viagens para comercializar seus bilhetes, mas enfrenta dificuldades. A saga começou há um mês, quando, para potencializar as vendas, a aérea abandonou a estratégia inicial de vender apenas pela internet e pelo telefone.
A outra tática é tentar sensibilizar os consumidores. "Em todos os países do mundo, quanto menor o número de empresas, maior o preço da passagem. Nosso modelo é vender barato. Para isso, precisamos ter o passageiro do nosso lado", afirma Ottoni. "A construção de uma empresa nesse setor passa pelo passageiro. Pode ser utópico, mas convocamos a sociedade para fazermos isso."
Com tarifas baixas, a companhia necessita de mais escala para ser viável. Para os especialistas, o grande erro foi começar com apenas um avião, sem previsão para receber o segundo. Para brigar bem, dizem os analistas, seria preciso entre quatro e seis aviões.
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