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07/10/2005 - 17h46

Alimentos levam "preços da 3ª idade" a deflação de 0,19% no 3º trimestre

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3I) registrou deflação de 0,19% no terceiro trimestre. O resultado é 2,02 pontos percentuais inferior ao verificado no segundo trimestre, quando os preços subiram 1,83%.

Segundo o coordenador do IPC, André Braz, a perda de fôlego da inflação dos idosos foi motivada pela queda nos preços dos alimentos, que têm peso maior na cesta de produtos destes consumidores.

"Itens de peso na cesta de consumo dos idosos, como laticínios, hortaliças e frutas tiveram seus preços reduzidos. Também contribuíram para a desaceleração a parte de vestuário, com as promoções, e a parte de saúde e cuidados pessoais porque não foi captada praticamente nenhuma variação nos preços dos medicamentos", afirmou.

O grupo Alimentação registrou queda de 3,43% no terceiro trimestre. Entre os dez itens que mais contribuíram para a queda da taxa do índice, nove são deste grupo, com destaque para hortaliças e legumes (2,14% para -17,49%), laticínios (4,14% para -4,48%) e frutas (0,33% para -5,29%).

A taxa acumulada da inflação dos idosos no terceiro trimestre é levemente acima da taxa de inflação da população em geral, que ficou em -0,22%.

Braz explica que a diferença de 0,03 ponto percentual pode ser explicada pelo maior peso do grupo Habitação na composição do índice dos idoso, que em geral ficam mais tempo em suas residências e apresentam um consumo maior de serviços como telefone, luz e água. A taxa de água e esgoto passou de 0,81% no segundo trimestre para 6,71% no terceiro trimestre) e a de telefone fixo subiu de 0,52% para 5,13% no mesmo período.

A queda do índice só não foi maior em razão do comportamento do grupo Educação, Leitura e Recreação. A principal contribuição veio do item passagem aérea, que passou de -8,55% para 10,43% no terceiro trimestre.

"Parte disso é efeito sazonal. Em outubro, tivemos aumento na taxa de embarque, isso deve chegar ao consumidor, mas outros fatores podem compensar, como o regime de concorrência",disse. O aumento da gasolina pressionou o grupo Transportes. A gasolina passou de 0,15% para 4,69%, com o impacto do reajuste de 10% nas vendas das refinarias autorizado pela Petrobras em setembro.

O período de preços em queda para os idosos está próximo do fim, segundo Braz. O economista destaca que alguns alimentos já dão sinais de aceleração e sem o efeito da queda de preços destes produtos, a tendência é de que o indicador volte a apurar taxas positivas.

No ano, a inflação dos idosos acumula alta de 3,46%. No mesmo período, o índice de preços ao consumidor calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) registrou alta de 3,43%.

O IPC-3I foi calculado a partir dos dados da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar). Os dados foram coletados em famílias com pelo menos 50% de pessoas com 60 anos ou mais de idade. As famílias consultadas têm renda entre um e 33 salários mínimos.
 

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