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12/10/2005 - 09h16

Aftosa acentua divergências no governo

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SHEILA D'AMORIM
da Folha de S.Paulo

O foco de febre aftosa descoberto em Mato Grosso do Sul elevou a tensão no governo por causa das restrições orçamentárias impostas pela área econômica. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que criticou, por pelo menos duas vezes nos últimos dez dias, a política econômica, virou o vilão nos bastidores do governo.

A avaliação dos aliados dos ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) é que os ataques recentes à política de estabilidade econômica e fiscal de Rodrigues deram mais combustível para discursos de ruralistas contra o governo diante de uma situação que, por si só, já seria gravíssima. Eles também alegam que quem define quais programas ficarão com menos dinheiro é o próprio ministério, e não a área econômica.

A tese ganhou força até entre os ministros que têm reclamado do excesso de controle de gastos pela equipe de Palocci, como Dilma Rousseff (Casa Civil). Para eles, esses assuntos devem ser tratados reservadamente.

Na segunda, em reunião com Lula para discutir a crise que a doença poderia desencadear, o diz-que-diz sobre culpados e vítimas nesse caso foi encerrado, segundo relato de um dos participantes, com a colocação de que "não é hora para tergiversar". Além de Rodrigues, estavam presentes Palocci e Bernardo.

No encontro, Lula teria afirmado a Rodrigues que todos os recursos estariam disponíveis para fazer "o que for preciso". O presidente também pediu que ele parasse de fazer críticas por causa das restrições orçamentárias, dos juros altos e do câmbio apreciado.

A determinação foi seguida à risca. Ontem, o ministro não falou sobre o assunto publicamente e durante boa parte do dia ficou cuidando do pronunciamento que fez à noite em rede de TV.

No pronunciamento, Rodrigues disse que o governo adotou todos os procedimentos de emergência recomendados e que "é necessária a permanente vigilância de todos os agentes comprometidos com a atividade".

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