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13/10/2005 - 09h13

Rodrigues quer criação de fundo emergencial

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ANA RAQUEL COPETTI
da Folha de S.Paulo

O Ministério da Agricultura pode criar um fundo nacional para atender emergências sanitárias, como o foco de febre aftosa detectado em Mato Grosso do Sul. A informação é do ministro Roberto Rodrigues, que esteve ontem em Eldorado (446 km de Campo Grande) para verificar as medidas tomadas pela agência estadual de sanidade animal.

Segundo Rodrigues, o fundo será tema de reunião amanhã, em Brasília, com secretários de Estado e o governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. "Um fundo emergencial pode agilizar o ressarcimento dos prejuízos causados por um acidente sanitário como esse ocorrido em Eldorado", disse.

Na segunda-feira, o ministério confirmou a descoberta de um foco de aftosa na fazenda Vezozzo, no município de Eldorado, em Mato Grosso do Sul --dono do maior rebanho do país. Foi o primeiro registro da doença no Estado desde 1999.

Pelo menos 33 países decidiram restringir a compra de carne brasileira, entre eles Rússia e União Européia. Os embargos podem afetar as exportações brasileiras. A carne é hoje um dos produtos que mais contribuem no saldo comercial do país.

Segundo o ministro, a proposta do fundo é criar um sistema que englobe todos os envolvidos na cadeia produtiva, do pecuarista até os distribuidores. O fundo nacional seria criado nos moldes dos fundos já existentes nos Estados, mas que atendem somente os produtores. Em Mato Grosso do Sul, há o Fesa (Fundo Emergencial para a Defesa da Saúde Animal de Mato Grosso do Sul).

O diretor da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Ademar da Silva Júnior, que acompanhou o ministro na visita a Eldorado, disse que concorda com a criação do fundo. "O fundo é uma medida importante e eficaz, que deve trazer mais tranqüilidade à cadeia produtora", afirmou ele.

O presidente do Fesa, Leôncio de Souza Brito, que também preside a Famasul, considerou a proposta de Roberto Rodrigues "excelente". Ele afirmou que esse desejo do ministro é antigo e que a idéia de contemplar toda a cadeia produtiva é "acertada e justa".

"Porém, é preciso definir com cuidado como cada um será contemplado. Os valores precisam ser proporcionais ao rebanho do Estado. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, precisamos considerar 24,4 milhões de cabeças de gado, o maior rebanho do país", afirma Brito.

Amanhã, ele estará em Brasília para reunião com o ministro e uma das pautas da reunião deve ser o fundo nacional. Segundo Brito, o Fesa tem recursos suficientes para indenizar as proprietários da fazenda Vezozzo, de Eldorado, que perdeu 582 cabeças por ter sido o local em que foi confirmado o foco de aftosa.

"O Fesa paga o produtor e, em seguida, é ressarcido pelo ministério, que tem a obrigação legal de bancar estes gastos", disse Leôncio de Souza Brito. O presidente do fundo estadual argumentou que há outras possibilidades de garantir atendimento rápido em gastos com acidentes sanitários.

"É preciso que o Congresso reconheça a importância da pecuária nas exportações e repasse parte desta arrecadação à cadeia produtiva de carne", disse.

Em Mato Grosso do Sul, cada produtor repassa cerca de R$ 5 por cabeça de gado ao fundo emergencial.

Nova suspeita

Quatro sítios de Japorã, cidade vizinha de Eldorado, estão sob suspeita de serem novos focos de febre aftosa. A cidade está entre as cinco com as propriedades interditadas pelo Ministério da Agricultura desde segunda-feira.

De acordo com o secretário de Produção e Turismo de Mato Grosso do Sul, Dagoberto Nogueira, já houve coleta de material para exames nestes lugares.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a febre aftosa
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