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17/10/2005
-
09h16
SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha
Os policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) encontraram em uma propriedade rural em Japorã (MS) cabeças de gado possivelmente trazidas do Paraguai. O departamento investiga a origem do foco de febre aftosa que apareceu no município de Eldorado, localizado a 18 km de Japorã. O foco foi confirmado no último dia 10 pelo Ministério da Agricultura e gerou suspensão de exportação da carne brasileira a mais de 30 países.
Uma das possibilidades para a origem do foco de aftosa em Mato Grosso do Sul --levantada pelo governador José Orcílio dos Santos, o Zeca do PT-- é que a doença pode ter vindo de gado contrabandeado do Paraguai.
"Pelas marcas encontradas no gado periciado, há fortes indícios de que tenha vindo do Paraguai. As marcas [no couro do gado] fogem à regra das marcações brasileiras", disse o delegado Antônio Carlos Videira, do DOF. Segundo ele, normalmente as marcas brasileiras são menores do que as marcas feitas no país vizinho.
"Não é uma regra, mas geralmente as marcas paraguaias são até duas vezes e meia maiores do que as brasileiras", disse Videira.
Para identificar a origem dos animais, os policiais fizeram o registro das marcas impressas no couro de cerca de 900 cabeças de gado de uma fazenda em Japorã.
A partir de hoje os peritos do DOF irão confrontar as marcas colhidas nos animais com as registradas na ficha sanitária dos produtores brasileiros. Caso seja encontrada uma marca não registrada no Brasil, pode ser solicitado às autoridades sanitárias do Paraguai o eventual registro da marca por um produtor do país.
O resultado oficial da perícia deve sair nos próximos dias. Paralelamente, está sendo investigado também se os animais da fazenda estão com o vírus da febre aftosa.
"Caso dêem positivo os exames na fazenda, haverá indícios também de que o foco de aftosa tenha vindo do Paraguai", disse Videira.
Só Japorã tem 40 km de fronteira seca com o Paraguai, com propriedades rurais ao longo da área. A maioria das pessoas com quem a reportagem conversou disse que há contrabando de gado, mas ninguém dá provas.
As autoridades sanitárias do Paraguai negaram que exista contrabando de gado na fronteira. O país foi certificado pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) como zona livre de aftosa com vacinação em janeiro.
Segundo Videira, o DOF realizou 17 apreensões de gado na fronteira entre 2003 e 2005. Na Polícia Federal, correm inquéritos para apurar introdução ilegal de rebanhos no Estado. De acordo com a corporação, os rebanhos que são apreendidos em estradas de MS transitavam com documentações falsas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a febre aftosa
Polícia vê indício de contrabando de gado paraguaio em MS
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da Agência Folha
Os policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) encontraram em uma propriedade rural em Japorã (MS) cabeças de gado possivelmente trazidas do Paraguai. O departamento investiga a origem do foco de febre aftosa que apareceu no município de Eldorado, localizado a 18 km de Japorã. O foco foi confirmado no último dia 10 pelo Ministério da Agricultura e gerou suspensão de exportação da carne brasileira a mais de 30 países.
Uma das possibilidades para a origem do foco de aftosa em Mato Grosso do Sul --levantada pelo governador José Orcílio dos Santos, o Zeca do PT-- é que a doença pode ter vindo de gado contrabandeado do Paraguai.
"Pelas marcas encontradas no gado periciado, há fortes indícios de que tenha vindo do Paraguai. As marcas [no couro do gado] fogem à regra das marcações brasileiras", disse o delegado Antônio Carlos Videira, do DOF. Segundo ele, normalmente as marcas brasileiras são menores do que as marcas feitas no país vizinho.
"Não é uma regra, mas geralmente as marcas paraguaias são até duas vezes e meia maiores do que as brasileiras", disse Videira.
Para identificar a origem dos animais, os policiais fizeram o registro das marcas impressas no couro de cerca de 900 cabeças de gado de uma fazenda em Japorã.
A partir de hoje os peritos do DOF irão confrontar as marcas colhidas nos animais com as registradas na ficha sanitária dos produtores brasileiros. Caso seja encontrada uma marca não registrada no Brasil, pode ser solicitado às autoridades sanitárias do Paraguai o eventual registro da marca por um produtor do país.
O resultado oficial da perícia deve sair nos próximos dias. Paralelamente, está sendo investigado também se os animais da fazenda estão com o vírus da febre aftosa.
"Caso dêem positivo os exames na fazenda, haverá indícios também de que o foco de aftosa tenha vindo do Paraguai", disse Videira.
Só Japorã tem 40 km de fronteira seca com o Paraguai, com propriedades rurais ao longo da área. A maioria das pessoas com quem a reportagem conversou disse que há contrabando de gado, mas ninguém dá provas.
As autoridades sanitárias do Paraguai negaram que exista contrabando de gado na fronteira. O país foi certificado pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) como zona livre de aftosa com vacinação em janeiro.
Segundo Videira, o DOF realizou 17 apreensões de gado na fronteira entre 2003 e 2005. Na Polícia Federal, correm inquéritos para apurar introdução ilegal de rebanhos no Estado. De acordo com a corporação, os rebanhos que são apreendidos em estradas de MS transitavam com documentações falsas.
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