Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
28/10/2005 - 12h56

Empresários esperam exportar menos e demitir nos próximos meses

Publicidade

PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

A estagnação da indústria no terceiro trimestre do ano levou os empresários do setor a expectativas pessimistas para os próximos seis meses. Essa é uma das conclusões da Sondagem Industrial, pesquisa divulgada hoje pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Com estoques acima do desejado, os empresários da indústria esperam estabilização nas compras de matérias-primas, exportações menores e redução no emprego para os próximos seis meses.

Um dos indicadores que mais preocuparam o economista da Unidade de Política Econômica da CNI, Renato Fonseca, foi o de queda nas exportações. Isso porque os empresários da indústria esperam reduções nas vendas externas nos próximos seis meses, o que nunca havia ocorrido em toda a série histórica da pesquisa, realizada desde o segundo trimestre de 1998.

O indicador de expectativa das exportações para os próximos seis meses, que já era negativo (abaixo de 50 pontos) em julho, com 45,9 pontos, caiu ainda mais, ficando em 45,1 pontos na pesquisa atual.

Os grandes empresários melhoraram as suas expectativas com as exportações, e o indicador passou de 48,1 para 48,5 pontos. Já entre os pequenos e médios, a expectativa passou de 44,7 pontos para 43,4.

Assim como as expectativas de vendas externas, a indústria também está pouco otimista quanto à evolução do seu faturamento nos próximos seis meses. O índice médio ainda é positivo (53,1), mas inferior ao registrado no trimestre anterior (54,5) e no mesmo período do ano passado (60,1).

Apenas os setores de bebidas e de produtos farmacêuticos fizeram avaliações positivas sobre a expectativa de exportações para os próximos seis meses. Já os setores de vestuário e calçados, minerais não-metálicos, têxtil, couros e peles e de madeira destacaram-se entre as piores previsões futuras.

Entre os pequenos e médios empresários, o índice que mede a expectativa de faturamento passou de 53,5 para 51,9. Entre as grandes empresas, o indicador caiu de 56,8 para 55,4 pontos.

De acordo com a Sondagem Industrial, o nível da produção manteve-se praticamente estável no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores, passando de 48,9 pontos para 49,4, o que ainda significa um índice negativo pelos critérios da pesquisa, pois está abaixo de 50 pontos.

Emprego

Na avaliação das expectativas dos empresários da indústria, o processo de alta nas contrações observado nos últimos meses chegou ao fim e deverá ser revertido no próximo semestre.

As pequenas e médias empresas, que empregam cerca de 60% do pessoal industrial, reduziram suas expectativas de contratações de 48,1 pontos para 46,7 entre o segundo e o terceiro trimestres. No caso das grandes indústrias, o indicador recuou de 51 para 47,9 pontos. Na média, o índice de expectativa sobre o pessoal empregado caiu de 49,1 para 47,1.

Apenas os setores de produtos farmacêuticos, de matérias plásticas, química e borracha aparecem na pesquisa com expectativas otimistas (acima dos 50 pontos) com relação ao pessoal empregado. Os setores de mecânica, mobiliário, madeira, couros e peles destacam-se entre as expectativas negativas.

Diferente do que se esperava para esta época do ano, quando a atividade industrial é normalmente aquecida diante das vendas do Natal, o uso da capacidade instalada manteve-se estável em 69% para as pequenas e médias empresas e subiu de 78% para 79% no caso das grandes indústrias. "Chama a atenção a estabilidade em um trimestre em que se esperava crescimento", disse Fonseca.

Na média, esse indicador ficou em 72%, mesmo nível do trimestre anterior, "o que é um sinal de arrefecimento da atividade industrial", segundo os economistas responsáveis pela pesquisa.

Entre os setores que aparecem com indicadores positivos na expectativa de evolução da produção estão as indústrias de produtos farmacêuticos, de material de transporte, matérias plásticas e produtos alimentares. Já as indústrias mecânica, metalúrgica, de mobiliário e de madeira aparecem com expectativas negativas.

Os estoques indesejados também aparecem como um indicador negativo na pesquisa, segundo avaliação de Fonseca. Esse índice ficou em 54,6 pontos, chegando a 58,9 entre as grandes empresas. Ele explicou que com estoques maiores, a indústria tende a produzir menos, comprar menos matéria-prima e também empregar menos.

A Sondagem Industrial é realizada com base em consultas a 1.458 empresários, sendo 204 de grandes indústrias e 1.254 de pequeno e médio porte. A pesquisa foi realizada entre os dias 26 de setembro e 18 de outubro.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a sondagem industrial
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página