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17/11/2005 - 09h07

Argentina sinaliza expansão de até 8,5%

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da Folha de S.Paulo

A economia argentina cresceu entre 8% e 8,5% no terceiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, puxada pelo bom desempenho dos setores automobilístico, de construção e o agronegócio exportador.

Os números foram publicados pelos principais diários argentinos, mas os índices oficiais só serão divulgados hoje pelo Indec, o instituto oficial de estatísticas. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país vizinho fecharia o ano acima de 8%.

Um dos principais fatores que contribuíram para o bom resultado foi a atividade industrial. No mês de setembro, a indústria cresceu 8,6% em relação a setembro de 2004. Em comparação a agosto passado, a indústria teve avanço de 1,2%, segundo o diário argentino "La Nación".

Boa parte do índice se deve ao setor automotivo, que produziu mais para o mercado interno e também para exportação --principalmente para países de fora do Mercosul, como o México.

Também segundo os principais jornais e analistas, de outubro a dezembro o crescimento do PIB argentino seria de 6,5% se comparado ao final de 2004.

A queda no nível de atividade no final do ano já será um reflexo, dizem os analistas, de medidas restritivas do governo para atacar a inflação, que fechará o ano em mais de 11%. Na semana passada, o Ministério da Fazenda baixou norma que suspende a restituição de impostos a exportadores --na prática, encarece a operação de vender ao exterior.

Antes, no final de outubro, o ministro Roberto Lavagna já havia anunciado um congelamento do nível de gasto público. Com o caixa do governo fechado, perderá fôlego um dos principais impulsores do crescimento: a construção, que puxou o crescimento com obras viárias e de infra-estrutura pagas pelo governo.

Inflação

A principal preocupação na economia continua sendo a inflação. Diante de uma avaliação do mercado que considera as medidas do governo para conter a alta dos preços --e principalmente para conter a consolidação da expectativa de inflação futura-- heterodoxas e pouco eficazes, Lavagna tem discutido publicamente com representantes de setores como da carne e alimentos em geral --afetados pelo maior custo de exportação. Também tem atacado centrais sindicais em campanha por melhorias de salários.

Outra preocupação é a assinatura ou não de um novo acordo do FMI (Fundo Monetário Internacional) com o país, para cobrir compromissos de pagamento ao organismo de US$ 1,6 bilhão em 2006. Apesar das declarações duras de Lavagna, que tem dito que não vai aceitar ingerência do Fundo na política econômica --como valorização do câmbio ou aumento da taxa de juros--, ontem o porta-voz do FMI, Thomas Dawson, disse que as relações com a Argentina são "normais" e que ficarão "felizes" em responder a uma proposta do país.

Apesar dos bons números de crescimento, no Orçamento 2006 do governo argentino se estima um crescimento de apenas 4% --o que deve ser ultrapassado. Para analistas, o índice demonstraria também uma intenção do governo de diminuir as expectativas de gasto público e, com isso, as expectativas de inflação.

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