Publicidade
Publicidade
22/11/2005
-
17h38
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
As montadoras instaladas no Brasil estão preocupadas com o futuro das negociações com a Argentina sobre o livre comércio automotivo entre os dois países. A previsão era implantar o novo sistema comercial a partir de 2006. Mas o governo argentino vem se posicionando de forma contrária ao início do livre comércio com o Brasil.
Executivos que acompanham de perto a negociação entre os dois países disseram que a Argentina quer adiar a implantação do acordo de livre comércio por tempo indeterminado. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) não é totalmente contrária ao adiamento, mas quer criar uma agenda de negociação que leve à implantação do livre comércio automotivo.
Em vez do livre comércio, a Argentina teria proposto ao Brasil a prorrogação do atual sistema de comércio compensado --mais conhecido como flex--, que determina que de cada US$ 2,6 exportados o outro país tenha de importar US$ 1.
Segundo a Anfavea, o impasse com a Argentina pode atrapalhar a competitividade de todo o Mercosul nas relações com outros blocos comerciais.
"A indústria automobilística do Mercosul encontra-se em momento decisivo para o seu futuro. Há a necessidade de um novo ciclo de atração de investimentos para o fortalecimento da competitividade do setor automotivo no Mercosul, o que somente ocorrerá com estabilidade das regras consensadas entre os parceiros", diz comunicado da Anfavea.
Além disso, a Anfavea informa que esse posicionamento da Argentina "levaria a um retrocesso nos avanços obtidos até agora nas relações comerciais e institucionais dentro do bloco [Mercosul]."
Os dois países voltaram a discutir o assunto na semana passada. Um novo encontro está marcado para terça-feira da próxima semana. "A indústria automobilística brasileira vê com preocupação sinais de radicalização e possibilidade de impasse nas negociações sobre o futuro do acordo automotivo do Mercosul", diz a Anfavea.
A Anfavea defende que as negociações obedeçam o caráter técnico e respeitem os conceitos e os princípios estabelecidos no acordo vigente. "A negação desses princípios poderá refletir nos futuros investimentos automotivos na região e na consolidação da indústria automotiva no Mercosul", diz a associação.
Segundo a Anfavea, o setor automotivo é carro-chefe do comércio entre Brasil e Argentina, respondendo por 31% do comércio total entre os dois países, que em 2004 totalizou US$ 13 bilhões.
De janeiro a setembro, as exportações automotivas brasileiras para a Argentina somaram US$ 2,6 bilhões, com crescimento de 28,5%. Por sua vez, o crescimento das exportações automotivas argentinas para o Brasil foi de 38,6%, chegando a US$ 825 milhões.
Especial
Leia mais sobre o acordo de livre comércio automotivo entre Brasil e Argentina
Montadoras dizem que Argentina "radicalizou" negociações sobre livre comércio
Publicidade
da Folha Online
As montadoras instaladas no Brasil estão preocupadas com o futuro das negociações com a Argentina sobre o livre comércio automotivo entre os dois países. A previsão era implantar o novo sistema comercial a partir de 2006. Mas o governo argentino vem se posicionando de forma contrária ao início do livre comércio com o Brasil.
Executivos que acompanham de perto a negociação entre os dois países disseram que a Argentina quer adiar a implantação do acordo de livre comércio por tempo indeterminado. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) não é totalmente contrária ao adiamento, mas quer criar uma agenda de negociação que leve à implantação do livre comércio automotivo.
Em vez do livre comércio, a Argentina teria proposto ao Brasil a prorrogação do atual sistema de comércio compensado --mais conhecido como flex--, que determina que de cada US$ 2,6 exportados o outro país tenha de importar US$ 1.
Segundo a Anfavea, o impasse com a Argentina pode atrapalhar a competitividade de todo o Mercosul nas relações com outros blocos comerciais.
"A indústria automobilística do Mercosul encontra-se em momento decisivo para o seu futuro. Há a necessidade de um novo ciclo de atração de investimentos para o fortalecimento da competitividade do setor automotivo no Mercosul, o que somente ocorrerá com estabilidade das regras consensadas entre os parceiros", diz comunicado da Anfavea.
Além disso, a Anfavea informa que esse posicionamento da Argentina "levaria a um retrocesso nos avanços obtidos até agora nas relações comerciais e institucionais dentro do bloco [Mercosul]."
Os dois países voltaram a discutir o assunto na semana passada. Um novo encontro está marcado para terça-feira da próxima semana. "A indústria automobilística brasileira vê com preocupação sinais de radicalização e possibilidade de impasse nas negociações sobre o futuro do acordo automotivo do Mercosul", diz a Anfavea.
A Anfavea defende que as negociações obedeçam o caráter técnico e respeitem os conceitos e os princípios estabelecidos no acordo vigente. "A negação desses princípios poderá refletir nos futuros investimentos automotivos na região e na consolidação da indústria automotiva no Mercosul", diz a associação.
Segundo a Anfavea, o setor automotivo é carro-chefe do comércio entre Brasil e Argentina, respondendo por 31% do comércio total entre os dois países, que em 2004 totalizou US$ 13 bilhões.
De janeiro a setembro, as exportações automotivas brasileiras para a Argentina somaram US$ 2,6 bilhões, com crescimento de 28,5%. Por sua vez, o crescimento das exportações automotivas argentinas para o Brasil foi de 38,6%, chegando a US$ 825 milhões.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice