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23/11/2005
-
18h05
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
David Zylbersztajn pode voltar para a Varig como administrador judicial da companhia, que está em processo de recuperação. Ele foi afastado sexta passada da presidência do conselho da Varig pela Fundação Ruben Berta, que detém 87% do controle da companhia.
O possível retorno de Zylbersztajn teria sido sugerido pela consultoria Deloitte, escolhida pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, para substituir o escritório de advocacia de João Vianna Cysneiros na administração judicial da Varig.
Segundo o advogado Álvaro Quintão, do Sindicato Nacional dos Aeronautas, a Deloitte teria indicado Zylbersztajn, Omar Carneiro da Cunha, Eleazar de Carvalho e Marcos Azambuja para fazer parte do comitê de administração judicial da Varig. Procurada pela reportagem, a Deloitte não comentou a indicação desses nomes.
Quintão afirmou que sugestão da Deloitte teria a simpatia de Ayoub, mas foi rejeitada pela Fundação e sindicatos de aeronautas e aeroviários.
Para tomar uma decisão final, Ayoub se reuniu hoje com mais dois juízes das Varas Empresariais: Paulo Fragoso e Márcia Cunha. A reunião não havia sido concluída até as 19h.
Pela proposta da Deloitte, Zylbersztajn e seus colegas seriam responsáveis pela administração judicial da Varig até 19 de dezembro, data da assembléia de credores que aprovará ou não o plano de recuperação.
A Fundação, que acumulou uma série de divergências com Zylbersztajn, quer impedir o executivo de voltar para a companhia como administrador judicial.
Procurado pela reportagem, Zylbersztajn disse que tem um "compromisso de confidencialidade" com o juiz que o impede de comentar o assunto.
Antes dessa reviravolta, o novo presidente da Varig, Marcelo Bottini, chegou a nomear dois funcionários de carreira para as diretorias de vendas e de operação de vôo: Carlos de Oliveira Muzzio e Marcus Prata, respectivamente.
Prata entrou no lugar de Miguel Dau que pediu ontem para se afastar da vice-presidência técnica e operacional. Muzzio substituirá Bottini, que também acumulava a vice-presidência com a diretoria comercial da Varig.
Com a promoção de Bottini a presidente e a saída de Dau, a Varig eliminou de sua estrutura o cargo de vice-presidente. Agora, os diretores passam a se reportar diretamente a Bottini e ao conselho da Varig, presidido por Humberto Rodrigues Filho.
Os credores esperam que o novo time da Varig dê andamento ao processo de recuperação, que prevê a liberação do empréstimo de US$ 40 milhões prometido pela estatal aérea portuguesa TAP à antiga gestão.
A TAP sinalizou que o empréstimo poderia ser congelado. "O adiantamento por conta dos recebíveis faz parte da proposta apresentada [pela TAP] à Varig. Apenas se aguarda que a nova administração da Varig nos contate para saber o que pretendem", disse o diretor de comunicação da TAP, António Monteiro.
Além disso, os credores também querem discutir antecipadamente alterações no plano de recuperação. Os trabalhadores, que também são credores, conseguiram uma liminar na Justiça para suspender a demissão de 156 pilotos, anunciada na semana passada por Zylbersztajn. O plano prevê a demissão de 13% da folha de pagamento da Varig, Rio Sul e Nordeste, composta por 12 mil funcionários.
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, disse que as demissões precisam respeitar o acordo fechado com a Varig no ano passado, que prevê a prioriza a saída de quem que deixar a companhia.
Para uma frota de 63 aeronaves, a Varig possui 1.695 pilotos, o que dá uma média de 26,9 comandantes por avião. Na TAM, são 12,96 pilotos por avião --972 comandantes e co-pilotos para uma frota de 75 aviões em operação.
Especial
Leia mais sobre a recuperação judicial da Varig
Zylbersztajn deve voltar para a Varig como administrador judicial
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da Folha Online
David Zylbersztajn pode voltar para a Varig como administrador judicial da companhia, que está em processo de recuperação. Ele foi afastado sexta passada da presidência do conselho da Varig pela Fundação Ruben Berta, que detém 87% do controle da companhia.
O possível retorno de Zylbersztajn teria sido sugerido pela consultoria Deloitte, escolhida pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, para substituir o escritório de advocacia de João Vianna Cysneiros na administração judicial da Varig.
Segundo o advogado Álvaro Quintão, do Sindicato Nacional dos Aeronautas, a Deloitte teria indicado Zylbersztajn, Omar Carneiro da Cunha, Eleazar de Carvalho e Marcos Azambuja para fazer parte do comitê de administração judicial da Varig. Procurada pela reportagem, a Deloitte não comentou a indicação desses nomes.
Quintão afirmou que sugestão da Deloitte teria a simpatia de Ayoub, mas foi rejeitada pela Fundação e sindicatos de aeronautas e aeroviários.
Para tomar uma decisão final, Ayoub se reuniu hoje com mais dois juízes das Varas Empresariais: Paulo Fragoso e Márcia Cunha. A reunião não havia sido concluída até as 19h.
Pela proposta da Deloitte, Zylbersztajn e seus colegas seriam responsáveis pela administração judicial da Varig até 19 de dezembro, data da assembléia de credores que aprovará ou não o plano de recuperação.
A Fundação, que acumulou uma série de divergências com Zylbersztajn, quer impedir o executivo de voltar para a companhia como administrador judicial.
Procurado pela reportagem, Zylbersztajn disse que tem um "compromisso de confidencialidade" com o juiz que o impede de comentar o assunto.
Antes dessa reviravolta, o novo presidente da Varig, Marcelo Bottini, chegou a nomear dois funcionários de carreira para as diretorias de vendas e de operação de vôo: Carlos de Oliveira Muzzio e Marcus Prata, respectivamente.
Prata entrou no lugar de Miguel Dau que pediu ontem para se afastar da vice-presidência técnica e operacional. Muzzio substituirá Bottini, que também acumulava a vice-presidência com a diretoria comercial da Varig.
Com a promoção de Bottini a presidente e a saída de Dau, a Varig eliminou de sua estrutura o cargo de vice-presidente. Agora, os diretores passam a se reportar diretamente a Bottini e ao conselho da Varig, presidido por Humberto Rodrigues Filho.
Os credores esperam que o novo time da Varig dê andamento ao processo de recuperação, que prevê a liberação do empréstimo de US$ 40 milhões prometido pela estatal aérea portuguesa TAP à antiga gestão.
A TAP sinalizou que o empréstimo poderia ser congelado. "O adiantamento por conta dos recebíveis faz parte da proposta apresentada [pela TAP] à Varig. Apenas se aguarda que a nova administração da Varig nos contate para saber o que pretendem", disse o diretor de comunicação da TAP, António Monteiro.
Além disso, os credores também querem discutir antecipadamente alterações no plano de recuperação. Os trabalhadores, que também são credores, conseguiram uma liminar na Justiça para suspender a demissão de 156 pilotos, anunciada na semana passada por Zylbersztajn. O plano prevê a demissão de 13% da folha de pagamento da Varig, Rio Sul e Nordeste, composta por 12 mil funcionários.
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