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28/11/2005 - 11h35

Merck irá cortar 7.000 empregos e se desfazer de cinco fábricas

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VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

O laboratório farmacêutico americano Merck anunciou nesta segunda-feira que planeja fazer uma reestruturação que inclui o corte de 7.000 empregos (cerca de 11% de sua força de trabalho) e fechar ou vender cinco de suas 31 unidades de produção, para economizar US$ 4 bilhões até 2010.

O anúncio vem no momento em que a empresa passa por problemas, como a perda da patente do medicamento para colesterol Zocol, o que deve acontecer em 2006, e processos sobre o uso por pacientes do Vioxx.

A Merck emprega pouco menos de 63 mil funcionários. O corte anunciado hoje deve ser efetuado até o fim de 2008 (cerca de metade dos 7.000 empregos a serem cortados são em unidades nos EUA). Em outubro, a empresa havia eliminado 825 empregos no mundo todo.

Para 2005, a empresa também reduziu sua previsão de ganhos, de US$ 2,10 por ação (estimativa feita em outubro) para US$ 2,04. No ano passado, o ganho por ação foi de US$ 2,61.

O plano é o primeiro passo de grande escala dado pelo novo executivo-chefe do laboratório, Richard Clark, que assumiu o cargo em maio deste ano. "Estamos engajados em um esforço contínuo para aumentar a eficiência em toda a empresa e melhorar o modo como descobrimos, desenvolvemos, fabricamos e vendemos nossos remédios e vacinas", disse, em um comunicado.

O plano será discutido na conferência anual, em 15 de dezembro.

A patente do Zocol deve expirar no próximo ano e o laboratório deve ver comprometida uma receita de US$ 5 bilhões em vendas com o medicamento.

Vioxx

Neste mês, a Justiça dos EUA inocentou o laboratório da responsabilidade pelo ataque cardíaco do funcionário do serviço postal americano Frederick Humeston, medicado com o analgésico Vioxx, em 2001.

O júri determinou que o laboratório alertou apropriadamente os pacientes sobre os riscos do medicamento, um analgésico. Humeston, hoje com 60 anos, afirma que o uso descontínuo do Vioxx durante dois meses causou o ataque cardíaco em 2001. Já a Merck afirma que o ataque sofrido por Humeston foi ocasionado pelo stress de sua profissão.

Em agosto, no entanto, a empresa foi condenada a pagar US$ 253,4 milhões à viúva do norte-americano Robert Ernst. O júri afirmou que a morte de Ernst foi causada pelo remédio --o paciente morreu enquanto dormia, em 2001.

A droga foi retirada do mercado em setembro de 2004, depois de descoberta sua ligação com o aumento do risco de derrames e ataques cardíacos. A Merck enfrenta milhares de processos devido aos efeitos do Vioxx nos EUA e outros ainda estão em curso no Canadá, na Europa, no Brasil, na Austrália e em Israel.

Clark disse, no entanto, que gasta apenas uma hora por semana acompanhado os casos envolvendo o Vioxx --que tiveram grande exposição na mídia. Amanhã (29) deve começar o terceiro julgamento de um caso sobre o Vioxx, em uma corte federal em Houston (no Estado do Texas, sul dos EUA).

Com agências internacionais

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